A chapa de vereadores do Partido Progressistas (PP) em Toledo pode enfrentar uma das maiores cassações coletivas da história do país, caso seja confirmada a denúncia de fraude na cota de gênero. A ação de investigação judicial eleitoral foi ajuizada pelos partidos MDB, PL, PSD e União Brasil, alegando que a candidatura de Ana Cecília Barbosa de Almeida teria sido fictícia, apenas para cumprir os 30% de candidaturas femininas exigidos pela legislação eleitoral.
Ana Cecília, que já concorreu ao cargo de vereadora em 2020, teve um desempenho inferior nesta eleição, recebendo apenas sete votos. Segundo a acusação, ela recebeu R$ 10 mil do fundo partidário, mas não realizou nenhuma movimentação de campanha, indicando que teria sido usada para completar o número de candidaturas femininas. Sem sua participação, a chapa do PP, composta por 20 candidatos, perderia cinco candidaturas masculinas.
Nas eleições de 6 de outubro, o PP obteve mais de 14 mil votos e elegeu cinco vereadores: Professor Oséias, Chumbinho Silva, Valtencir Careca, Zoia e Jozimar Polasso. A ação busca impedir, por meio de liminar, a diplomação e posse desses eleitos, prevista para o início de janeiro.
Casos semelhantes já ocorreram na região. Em Cascavel, nas últimas eleições, os vereadores Aldonir Cabral e Celso Dal Molin foram cassados por fraudes na cota de gênero. A Justiça Eleitoral tem endurecido a fiscalização contra esse tipo de prática.
Além das implicações na esfera eleitoral, os envolvidos podem responder a sanções criminais. A presidência do PP informou que ainda não foi citada oficialmente e que só se manifestará após ter acesso ao processo.
A expectativa é de que o caso tenha um trâmite rápido, dada a relevância das denúncias e o impacto na composição da Câmara Municipal de Toledo.