A cinomose é uma doença viral altamente contagiosa que afeta exclusivamente cachorros e outros canídeos. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com secreções de animais infectados, como urina, fezes e secreções respiratórias.
De acordo com o gerente de Bem-Estar Animal de Cascavel, Rafael Spinelli, os sintomas da cinomose variam conforme o estágio da doença, podendo atingir os sistemas respiratório, gastrointestinal e neurológico dos animais. Ele ainda destacou que o primeiro sinal costuma ser uma secreção no nariz e nos olhos do cão.
O atendimento pelo serviço Samucão é voltado exclusivamente para situações de urgência e emergência veterinária. No caso da cinomose, somente animais em risco de morte são atendidos. O serviço é gratuito e direcionado a famílias em situação de vulnerabilidade social.
Filhotes, cães não vacinados e animais de rua estão entre os mais suscetíveis à doença. O frio do inverno agrava o cenário, já que as baixas temperaturas reduzem a imunidade dos cães e aumentam a resistência do vírus no ambiente, facilitando sua propagação.
A estudante Júlia Dorini, responsável por uma ONG que acolhe cães, relatou um caso recente de cinomose:
"Na sexta-feira pela manhã, a mãe de uma aluna me mandou uma mensagem relatando que havia um animal passando mal e enviou vídeos. Era muita secreção, o nariz estava inchado. Acionamos a clínica com a qual temos parceria, eles fizeram o teste e deu positivo. Mas o caso já estava muito avançado, atingindo o sistema imunológico. Ele acabou não resistindo."
Júlia reforça que, ao identificar sinais da doença, os tutores devem buscar atendimento veterinário o quanto antes. O diagnóstico rápido é fundamental para aumentar as chances de sobrevivência e evitar a transmissão a outros animais. "Esse animal tem que ficar isolado, não pode ter contato com outros porque o vírus é altamente contagioso. Nesse tempo, o vírus acaba ficando até no ambiente. Se os cães não estiverem vacinados, a chance de pegarem cinomose é alta. Potes de ração não devem ser compartilhados. É muito arriscado, e é uma doença muito triste. Na maioria dos casos, os cães não sobrevivem."
A melhor forma de prevenção continua sendo a vacinação, especialmente durante os primeiros meses de vida do animal. A orientação é manter o cartão de vacinas atualizado e evitar contato com animais de origem desconhecida, principalmente em locais públicos.