O alto custo para manter um CFC (Centro de Formação de Condutores), em razão das exigências do Contran, é a principal preocupação de empresários do setor, como Grazielly Silva, que dirige uma autoescola no centro de Londrina há mais de dez anos. O debate se intensificou após o Ministério dos Transportes abrir uma consulta pública para que a população opine sobre o possível fim da obrigatoriedade da autoescola para a emissão da CNH (Carteira Nacional de Habilitação), uma proposta que divide opiniões entre o setor e os futuros condutores.
Grazielly Silva, que emprega cinco funcionários – sendo três professores – e opera com uma frota de três carros e três motos, afirma que o custo para manter o estabelecimento é "muito alto".
A proposta do Governo Federal busca flexibilizar o processo, dando ao aluno a liberdade de escolher entre frequentar uma autoescola tradicional ou contratar instrutores autônomos, que seriam credenciados pelo Detran. Outra alternativa seria a realização das aulas teóricas por ensino a distância (EaD).
De acordo com o Ministério dos Transportes, o objetivo principal é reduzir os custos em cerca de 80% para o aluno e, consequentemente, democratizar o acesso à CNH. Atualmente, no Paraná, o valor médio para tirar a habilitação na categoria B (carro) é de cerca de R$ 3 mil.
O professor Wanderley Gonçalves, membro da ASCEFOC (Associação dos Centros de Formação de Condutores do PR), repercute o assunto e as preocupações da categoria.
Apesar das possíveis mudanças nas aulas, a proposta não prevê alterações nas provas práticas e teóricas, que continuarão sendo obrigatórias.
Enquanto a consulta pública avança, futuros motoristas valorizam o acompanhamento profissional. Larissa, que está no processo de tirar a primeira habilitação para carro e moto, considera o acompanhamento de um profissional essencial para seu aprendizado.