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CPI Professor Monstro: suspeito teve contato com crianças mesmo após denúncia de abuso

01 ago 2025 às 21:08

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a demora na retirada de um agente educacional acusado de abuso sexual infantil em um CMEI de Cascavel ouviu, nesta sexta-feira (1º), mais quatro servidoras que trabalharam diretamente com o suspeito. Os depoimentos foram marcados por declarações contundentes, contradições e indícios de falha de comunicação por parte da Secretaria Municipal de Educação (Semed).


A primeira a prestar depoimento foi a professora Edcléia Vieira, do CMEI Vicentina Guisso. Ela relatou que só soube da denúncia em março de 2025, por meio das redes sociais, e afirmou que os servidores estão sendo julgados pelos pais de alunos, que acreditam que todos tinham conhecimento prévio do caso e que estariam, inclusive, acobertando o acusado.

“Eu, como professora, jamais aceitaria uma pessoa que responde a um processo de pedofilia”, afirmou Edcléia logo no início da oitiva.


A segunda a depor foi Mary de Oliveira Lima, coordenadora pedagógica entre 2021 e 2024. Ela declarou que o agente de apoio não tinha nenhuma restrição funcional e que auxiliava as professoras em todas as atividades com as crianças.


A diretora administrativa Francisca Rojo de Carvalho também foi ouvida. Segundo ela, o acusado solicitou transferência de unidade em 2019 e foi realocado em 2020, por vontade própria. Na ocasião, a denúncia formal ainda não havia chegado à direção da unidade, segundo a servidora.


Por fim, a diretora pedagógica Rosane Aparecida Brandalise Corrêa confirmou que teve conhecimento do caso em junho de 2020, após a denúncia chegar à direção. Ela afirmou que a diretora da unidade comunicou a Secretaria de Educação e que a queixa foi registrada no departamento pedagógico, do qual Rosane era responsável na época.


O presidente da CPI, vereador Everton Guimarães, classificou como mais impactante o depoimento da professora que relatou que o homem, mesmo já sob suspeita de abuso sexual, continuava levando crianças ao banheiro, evidenciando o contato direto com os menores após uma denúncia considerada gravíssima.