A ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina) e outras entidades representativas se posicionaram contra o edital da Câmara Municipal que prevê a contratação de produtora audiovisual para criar uma TV Câmara, com custo estimado de até R$ 4,68 milhões. O valor, destinado a conteúdos institucionais, é considerado injustificável em meio a restrições orçamentárias.
A principal contestação da ACIL, liderada por sua presidente, foca no princípio da economicidade. A entidade argumenta que a transmissão das sessões e audiências públicas já ocorre pela internet, com custo reduzido, e que os investimentos do município deveriam ter outras prioridades. A presidente defende que, havendo excedente orçamentário, a Câmara devolva o valor ao Executivo para aplicação em áreas mais sensíveis.
A SRP (Sociedade Rural do Paraná) endossou as críticas, reforçando que projetos de comunicação institucional são importantes para transparência e aproximação com o público, mas devem seguir critérios técnicos, legais e de economicidade.
O Observatório de Gestão Pública de Londrina também manifestou preocupação e anunciou que pedirá esclarecimentos à Câmara, avaliando que a devolução de sobras do orçamento seria a medida mais adequada diante de cortes em áreas vitais como assistência social.
Entre os moradores, o tema divide opiniões. Parte da população vê a TV Câmara como avanço na transparência e acompanhamento da atuação dos vereadores, enquanto outra parcela acredita que outras prioridades deveriam consumir a verba.
O orçamento da Câmara é independente do da Prefeitura, mas a legislação permite que excedentes sejam devolvidos ao Executivo para aplicação em outras áreas, ponto central da reivindicação das entidades.