A dengue continua a ser uma preocupação nas cidades do Oeste do Paraná, especialmente em Cascavel, onde o sorotipo mais grave do vírus tem gerado alerta nas autoridades de saúde. Embora a doença seja causada por um único vírus, ele apresenta diferentes sorotipos e linhagens, o que contribui para a complexidade do controle da doença.
Atualmente, são conhecidos cinco sorotipos e 18 linhagens do vírus da dengue. No Brasil, circulam os sorotipos 1, 2, 3 e 4, sendo que os tipos 2 e 3 são considerados os mais agressivos devido à sua facilidade de propagação. Esses sorotipos já estão presentes em Cascavel, o que aumenta o risco de casos graves.
Segundo a bióloga Clair Vieceli, os tipos 1 e 2 são os mais comuns no Brasil, inclusive no Oeste do Paraná.
Após a infecção por um sorotipo do vírus da dengue, o organismo se torna imune permanentemente a esse tipo específico. Porém, ela alerta que os tipos 3 e 4, que não circulavam em algumas regiões há muito tempo, estão começando a aparecer com mais frequência. O tipo 3, em particular, tem mostrado um aumento nos casos, o que é preocupante, pois as pessoas têm menos imunidade adquirida a esse sorotipo, o que pode gerar casos mais graves. Além disso, esse tipo de dengue tende a causar complicações mais severas de forma natural.
Até o momento, Cascavel registrou 29 casos confirmados de dengue em 2025. Contudo, mais de 2 mil casos estão sendo investigados ou foram classificados como inconclusivos. A Secretaria de Saúde do município segue intensificando as ações de combate ao mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, para evitar a propagação do vírus e controlar o aumento de casos de outras doenças, como a Chikungunya. Neste ano, a cidade já contabilizou mais de 400 casos de Chikungunya.
A situação também é preocupante em outras cidades da região. Em Toledo, por exemplo, os casos de dengue aumentaram 49,2%, com 94 confirmações até o momento, 31 a mais que na semana anterior. Além disso, 554 dos 1.546 pacientes notificados, que procuraram serviços públicos e privados de saúde com sintomas de dengue, ainda aguardam o resultado dos exames. Desses, 898 casos foram descartados ou estão em investigação.
Diante desse cenário, as autoridades de saúde alertam para a importância da prevenção, como o combate ao mosquito transmissor e a eliminação de focos de água parada, medida essencial para conter o avanço da dengue e de outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.