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Desafios da internet: especialistas explicam perigos no mundo virtual e como evitá-los

16 abr 2025 às 19:33

A morte de uma menina de apenas 8 anos, no Distrito Federal, acendeu um alerta sobre os perigos dos desafios no mundo virtual com uso do desodorante aerossol. Sarah Raissa Pereira de Castro teria inalado o spray por causa de um “brincadeira” criminosa na internet.

 

O butano, isobutano e o propano são gases presentes no desodorante. Essas substâncias são inflamáveis e podem levar a morte, como no caso de Sarah. O médico pneumologista Cláudio Rezende explica como os gases podem ser prejudiciais para a saúde. “Esses aerossóis podem causar uma irritação na via aérea. Ao entrar em contato com a traqueia e com o brônquios eles podem causar uma reação aguda de fechamento da traqueia e dos brônquios, impedindo a respiração. Além disso esses gases tóxicos podem passar para a corrente sanguínea causando asfixia”, disse o especialista.

 

O médico alerta ainda que o produto seja inalado, o socorro médico precisa ser acionado o mais rápido possível.

 

De acordo o instituto DimiCuida, que monitora brincadeiras perigosas na internet, desde 2014 já foram registrados 56 casos de crianças ou adolescentes que ficaram gravemente feridos ou morreram em todo o país por conta dos desafios.

 

O advogado especialista em direito digital e integrante do laboratório de crimes cibernéticos da UEL (Universidade Estadual de Londrina), Fernando Peres, explica que impedir o acesso de crianças e adolescentes a esses conteúdos é difícil, mas é possível utilizar ferramentas para monitorar os acessos. “Os pais e os responsáveis podem usar aplicativos de controle parental. É possível saber o horário do uso, quais os aplicativos que podem e não podem ser usados e até mesmo que palavras que não podem ser acessadas nesse celular.”

 

Quem divulga, compartilha e estimula a prática de desafios na internet pode ser responsabilizado. No caso da pequena Sarah, os envolvidos irão responder por homicídio duplamente qualificado, em que a pena pode chegar a mais de 30 anos de prisão.