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Descaminho de celulares: entenda por que esse crime causa prejuízo a todos

14 out 2025 às 12:27

Toda semana, grandes apreensões de celulares vindos ilegalmente do Paraguai mostram um problema muito maior do que simplesmente atravessar a fronteira. Só neste ano, entre janeiro e setembro, 111 mil aparelhos foram apreendidos em Foz do Iguaçu, de um total de 259 mil em todo o Brasil. Ou seja, mais de 40% das apreensões nacionais saem daqui.


E por que isso é crime, mesmo sendo um produto permitido no país? Porque essa prática configura descaminho, ou seja, entrar com mercadorias sem pagar os devidos impostos. Isso gera impactos diretos na economia:


  • Perda de arrecadação pública: o Estado deixa de receber tributos que financiam saúde, educação, segurança e infraestrutura.

  • Concorrência desleal: quem burla a lei vende mais barato e prejudica comerciantes que trabalham dentro das regras.

  • Cultura de impunidade: a prática ilegal se espalha, alimentando um ciclo de sonegação e evasão fiscal.


Imagine você, comerciante regular, vendo uma loja ao lado vender o mesmo produto por um preço impossível de competir. É esse desequilíbrio que o descaminho provoca.


Na apreensão mais recente, cerca de 1.500 celulares estavam escondidos em meio a uma carga de frango congelado. Alguns aparelhos chegaram a ficar cobertos de gelo — tudo para tentar despistar a fiscalização. A carga ultrapassa R$ 1,5 milhão em valor de mercado.


A pena para descaminho varia de 1 a 4 anos de prisão, podendo aumentar dependendo das circunstâncias. Já para quem compra apenas para uso próprio, a cota legal é de 500 dólares por pessoa.


Na fronteira, cada operação mostra: combater esse crime não é apenas apreender produtos — é proteger a economia, o comércio justo e os recursos públicos.