Nos últimos anos, a comunidade haitiana tem se tornado cada vez mais presente no Brasil, buscando melhores oportunidades de emprego. Além do trabalho, os haitianos preservam suas tradições e fazem questão de celebrá-las. Em Cascavel, por exemplo, a presença haitiana é visível, especialmente no CEBJA (Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos), onde quase metade dos alunos no período da manhã são haitianos.
No próximo domingo (18), será comemorado o Dia da Bandeira do Haiti. Dionel Dema, haitiano que veio para o Brasil, explica que, devido aos grupos armados que controlam o país caribenho, é muito difícil retornar ao Haiti. Participar das celebrações da cultura haitiana em solo brasileiro é uma maneira de matar a saudade de sua terra natal. Ele também destaca a importância da Revolução Haitiana, que ocorreu entre 1791 e 1804, sendo a única revolução bem-sucedida de escravizados na história.
A luta pela independência fez do Haiti a primeira nação independente da América Latina e a primeira república negra do mundo. Por isso, a data do Dia da Bandeira, que remonta ao símbolo nacional do país, é motivo de muito orgulho para os haitianos, que veem a bandeira como um símbolo da luta pela liberdade e pela independência conquistada com tanto sacrifício.
Para celebrar suas raízes, um grupo de estudantes haitianos organizou um evento especial no CEBJA, onde a cultura do Haiti foi destaque. O evento contou com apresentações de danças tradicionais, músicas e pratos típicos. A bandeira vermelha e azul do Haiti simbolizou a festa, que também foi marcada pelos relatos emocionantes de membros da comunidade. Celine, que está há quatro anos no Brasil, compartilhou a saudade dos filhos que ficaram no Haiti, enquanto Azmir e Jean, organizadores do evento, expressaram o orgulho pela história e resistência do seu povo.
Este encontro no CEBJA é mais do que uma simples celebração: é um ponto de encontro onde os haitianos começam a se familiarizar com o português, constroem uma nova vida e mantêm vivas suas tradições e esperanças. O evento também reflete a forma como a comunidade haitiana se mantém unida e fortalecida, celebrando sua identidade e história enquanto constrói seu futuro no Brasil.