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"É um milagre a gente estar vivo", diz mãe de bebê atropelado na calçada

27 jul 2024 às 16:09

"Eu tenho certeza que é um milagre. A gente nasceu de novo". É dessa forma que Karolaine Aparecida Vieira, de 23 anos, fala sobre o impressionante acidente que ela e o bebê Kauê Henrique Vieira da Rocha, de apenas 1 ano, sofreram na tarde desta sexta-feira (26) em Apucarana.


Os dois foram atropelados por um veículo GM Opala Diplomata na Rua Independência, no Jardim América. O acidente foi gravado por uma câmera de segurança instalada nas imediações. Eles sofreram ferimentos leves. 


O vídeo mostra quando a jovem e a criança estão passeando pela calçada- o bebê está em uma "motoquinha" - e são atingidos pelo Opala desgovernado. O veículo surge em alta velocidade e não consegue fazer a curva. O carro atinge a criança que "voa" pela ribanceira.



Mãe e filho foram levados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com escoriações no rosto e nas pernas. O condutor do carro não ficou ferido.


Em entrevista ao TNOnline neste sábado (27), Karolaine se emociona ao falar do acidente. Ela conta que mora no Jardim Marissol e estava indo visitar uma amiga no Jardim América.


A jovem diz que caminhava pela calçada brincando com a criança, como sempre fazia, quando foi surpreendida pelo carro. "Eu nem me dei conta, porque não estava olhando para os lados. Só fui perceber na hora que o carro estava vindo, quando já estava em cima da gente", diz.


Ela afirma que tentou proteger o bebê. "Eu lembro de colocar a minha perna na frente e cair morro abaixo. Eu vi o neném saindo da 'motoquinha' no ar e voando. Eu vi em câmera lenta, eu vi ele voando no ar. Quando me dei conta o carro começou a descer de novo e a única coisa que eu pensei em fazer era sair correndo, porque o carro ia passar por cima dele de novo", conta, muito emocionada.


Ela afirma que toda a situação foi desesperadora. Karolaine revela que ficou com a perna machucada e o bebê teve ferimentos no rosto e precisou de pontos na UPA. Os dois estão em casa se recuperando.


"Eu acho, eu tenho certeza, que eu e meu filho somos um milagre. A gente nasceu de novo. Porque do jeito que ele pegou, do jeito que o meu filho voou. Sabe, não tem como eu explicar para vocês. O que eu falar, eu posso ficar aqui cinco dias falando, eu não vou conseguir expressar", diz a jovem.


Ela afirma que foram momentos de muito susto e medo. "O que eu senti naquele momento, porque é uma coisa desesperadora, realmente... Eu achei que eu nunca ia passar por isso na minha vida", acrescenta. "A gente podia ter perdido a vida ali por uma ação inconsequente", pontua.


Karolaine defende uma punição para o motorista, que alegou que perdeu o freio. Segundo a PM, o homem confessou ter consumido cerveja e foi submetido ao teste de bafômetro, que apontou 0,30 mg/l de álcool. Essa quantidade configura infração gravíssima de trânsito sob pena de multa, mas não crime de trânsito. O homem não foi preso e o carro liberado, pois estava em situação legal.


A jovem, que é mãe de outra criança de 5 anos, se diz revoltada com o fato e afirma não aceitar que o condutor do carro saia impune. Ela diz ter ouvido pessoas que testemunharam que o homem havia bebido durante o dia. "Ele (motorista) podia ter acabado com a minha vida, acabado com a vida do meu filho. A gente podia ter acabado a nossa vida ali. Deus colocou a mão. Mas e se fosse 4h30 da tarde, talvez não seria eu, hoje, que estou chorando pelo trauma que aconteceu. Talvez seriam outras mães, porque o tanto de criança que passa ali naquele momento, naquele exato lugar que eu estava ali com meu filho, ele podia ter matado muitas crianças. Então, é uma ação inconsequente. Ele tem que pagar pelo que ele fez. Comigo, graças a Deus - eu tenho que erguer muito minha mão pra cima - estou bem, meu filho está bem, mas se não tivesse sido comigo e, sim, com outras crianças?", questiona.