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Empresas do transporte público de Londrina pedem reequilíbrio de R$ 41 milhões para 2023

19 out 2022 às 12:10

As empresas concessionárias do transporte coletivo de Londrina pediram um novo reequilíbrio econômico à prefeitura no valor de R$ 41 milhões para 2023. O pedido foi divulgado pelo diretor de Transportes da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) durante uma sabatina realizada pela Câmara de Vereadores, na tarde de terça-feira (18).


As empresas afirmam que o valor será para o reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos referentes a 2021. “Esses estudos ainda não foram finalizados pela CMTU, até porque, nesse ano, diferente de 2021, houve a necessidade de colocar em prática vários projetos que estavam suspensos em razão da pandemia. Nós tínhamos vários contratos terceirizados em relação ao transporte coletivo para serem elaborados e executados, que precisam ser finalizados. Isso acabou dividindo o tempo com o estudo do reequilíbrio”, detalhou Wilson de Jesus, diretor da CMTU.


O diretor de Transportes explicou que após a análise dos técnicos da CMTU, esse processo é enviado à prefeitura e internamente passará por análise da controladoria e procuradoria do município. Os dois departamentos farão uma nova análise e determinarão se o valor deverá ser pago ou não. 


Além de falar do pedido de reequilíbrio econômico, Wilson de Jesus foi questionado sobre o cumprimento de itens dos contratos de concessão do transporte coletivo urbano. Ele foi à Câmara de Vereadores a pedido da vereadora Mara Boca Aberta (Pros), que preside a Comissão Especial dos Transportes Públicos.

Durante a sessão, Mara Boca Aberta cobrou a renovação da frota. Conforme os contratos de concessão firmados entre o Município e a Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) e a Londrisul Transportes Coletivos, os ônibus devem ter no máximo dez anos de fabricação.


Segundo a CMTU, atualmente a TCGL possui 204 ônibus, sendo 80 deles com mais de dez anos (55 ônibus com 11 anos de uso e outros 25 coletivos com dez anos de idade). Já a Londrisul coloca à disposição de Londrina 123 veículos, sendo 14 deles com 10 anos de circulação.


O diretor de Transporte da CMTU informou que, apesar da previsão contratual de dez anos de vida útil dos coletivos, a companhia permitiu a prorrogação da idade da frota até dezembro de 2022, diante do cenário econômico do início do ano.


Segundo Wilson de Jesus, as concessionárias apresentaram na semana passada um Plano Anual de Renovação da Frota para 2023, prevendo a substituição de todos os 94 veículos com idade acima da permitida.


“A empresa falou a tarifa com a substituição da frota será de R$ 10. Todo mundo pergunta: por que a tarifa é de R$ 10? O grande fator que determinou o valor era a troca dos ônibus. A remuneração da empresa tem ligação direta com a idade do ônibus. Quanto mais novo o veículo, maior a remuneração da empresa. Um ônibus com 10 anos de uso não remunera em nada a empresa, porque ele atingiu a idade máxima. O interesse da concessionária, quando falamos em frota, é quanto mais nova é melhor, porque a remuneração é melhor. No fim de 2021, tínhamos um cenário totalmente diferente. Naquele ano, não era só o ônibus que tinha tido uma variação expressiva, os carros também. Temos ônibus que estão 72% mais caros. Se repassarmos esse valor para a planilha, a tarifa vai chegar a R$ 10”, explicou o diretor de Trânsito.


“Conforme a licitação, nós temos ônibus com vida útil de 9 anos, que já entraram na frota e já foram vencendo, que são esses que estão vencidos e estão em circulação”, disse a vereadora Mara Boca Aberta.

Aumento do número de passageiros

 

Conforme dados apresentados aos vereadores, o número de viagens mensais no transporte coletivo de Londrina cresceu de 1,69 milhão em janeiro de 2022 para 2,43 milhões em setembro deste ano.

O diretor da CMTU informou ainda que, em agosto de 2022, o número de passageiros atingiu o recorde do ano, com 2,6 milhões de viagens, o que corresponde a 90% dos deslocamentos mensais em comparação com o período pré-pandemia.

 

Wilson de Jesus atribuiu esse aumento no número de passageiros ao aporte financeiro realizado pelo Município que possibilitou a redução da tarifa. “É comprovado que a política de redução de preços trouxe um número de passageiros para o sistema do transporte coletivo”, afirmou.