Depois que o filho nasceu com uma cardiopatia, doença no coração, o engenheiro Paulo César Duarte Júnior desenvolveu um método inovador para aumentar a precisão em cirurgias feitas em crianças, diminuindo o número de procedimentos.
O filho de Paulo nasceu em 2015 e, ainda em gestação, foi diagnosticado com Síndrome do Coração Esquerdo Hipoplásico, quando as cavidades do lado esquerdo do órgão são menores. Em um exame de ultrassom, o médico constatou que o bebê tinha apenas um ventrículo no coração, o que impossibilitava a passagem correta de sangue.
A criança, ainda recém-nascida, precisou passar por diversas cirurgias. Acompanhando o sofrimento do filho, o engenheiro se aprofundou em estudos e desenvolveu um método de planejamento cirúrgico, que determina o ponto exato de uma intervenção no coração.
"Por meio de um computador, a gente consegue pegar uma imagem de ressonância magnética, uma tomografia, e transformar em um volume. Este volume, estes tubos, vasos sanguíneos, a gente coloca onde quiser e coloca fluidos, de forma pulsada ou permanente", explica Paulo. Analisando o comportamento do fluido nos vasos, a medicina consegue antecipar os resultados pós-cirúrgicos, evitando a necessidade de novos procedimentos.
A inovação virou tese de mestrado e o estudo foi apresentado em um congresso mundial de cardiologia. Agora, com apoio de médicos e bimédicos, o engenheiro trabalha na patente de uma válvula para ser utilizada na primeira cirurgia de um bebê diagnosticado com a cardiopatia.
Hoje, Paulo luta pela criação de um centro internacional de bioengenharia em Londrina. O objetivo é fornecer dispositivos médicos projetados e testados virtualmente antes de serem utilizados em cirurgias reais. Essa iniciativa pode evitar que outras crianças passem pelo mesmo sofrimento que seu filho enfrentou.