O novo plano safra foi anunciado ontem pelo ministério da agricultura. Entidades ligadas ao agronegócio se manifestaram sobre os anúncios e demonstraram preocupação com alguns pontos.
A frente parlamentar da agropecuária, a FPA diz reconhecer o que foi feito pela agricultura familiar no aumento do montante do plano safra 24/25 e no crescimento dos recursos destinados a equalização de juros. Mas a entidade faz alguns apontamentos sobre o risco de endividamento no setor agropecuário. Segundo a nota oficial, o plano safra anunciado não traz novidades em recursos e não atendeu ao pedido dos produtores rurais para taxas de juros menores que pudessem ajudar na redução do custo de produção brasileiro e na diminuição do preço dos alimentos.
A frente parlamentar dialogou com o governo federal para elaboração do plano safra e entende que as políticas públicas não podem ser definidas apenas como pleito econômico.
Quem também se pronunciou sobre o novo plano safra foi o sistema faep/senar do Paraná. Classificando que as taxas de juros ficaram acima das expectativas e que o valor de 476 bilhões em crédito é bem abaixo dos 565 bilhões reivindicados pelo agronegócio. A federação considerou o anúncio como "um balde de água fria nas expectativas do setor produtivo.
Segundo a FAEP as taxas de juros praticadas no plano safra estão diretamente ligadas com o montante reservado pelo governo federal para fazer a chamada equalização.
Outra queixa a faep é sobre o seguro rural. Apesar do pedido de suplementação de R$ 2,1 bilhões, o anúncio foi de apenas R$ 210,9 milhões.
A Aprosoja se manifestou em nota, afirmando que o plano safra 2024/25 traz recursos insuficientes para atender demandas do setor e que “a maior parte dos recursos não tem equalização de taxa de juros, ou seja, o governo não está contribuindo para balizar o custo do dinheiro para os produtores rurais”.
Nesse ano o anúncio do plano safra foi feito com uma semana atraso. A data de lançamento era 26 de junho, próximo ao início do ano calendário da nova safra, que começou no dia primeiro desse mês, mas o governo adiou, e só anunciou os valores ontem, 3 de julho.
O novo plano safra que gerou tantos questionamentos do setor produtivo tem pouco mais de 400 bilhões de reais destinados para financiamentos, valor 10% maior em relação à safra anterior.
108 bilhões foram destinados para letras de crédito do agronegócio para emissões de cédulas do produto rural que serão complementares aos incentivos do novo plano safra. Totalizando R$ 508,59 bilhões de reais.
Já em relação aos recursos por beneficiário, R$ 189,09 bilhões serão com taxas controladas, direcionados para o Pronamp e demais produtores e cooperativas, e os outros R$ 211,5 bilhões destinados a taxas livres.
As taxas de juros para custeio e comercialização são de 8% ao ano para os produtores enquadrados no Pronamp. Já para investimentos, as taxas de juros variam entre 7% ao ano e 12%, de acordo com cada programa.