O padre de 41 anos, suspeito de abusar sexualmente de adolescentes e jovens ligados a atividades religiosas em Cascavel, foi preso na manhã de domingo durante a operação “Lobo em Pele de Cordeiro”, conduzida pelo Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria).
Em coletiva, a delegada responsável pela investigação confirmou que os abusos teriam começado entre 2009 e 2010, quando o padre ainda era seminarista e teria abusado de um colega. A denúncia foi levada à época ao arcebispo responsável, falecido em 2021, mas não foi formalmente encaminhada às autoridades. A delegada acrescentou que surgiram denúncias de que o arcebispo também teria cometido abusos.
O caso, inicialmente divulgado com exclusividade pela Tarobá em 14 de agosto, levou ao afastamento imediato do sacerdote denunciado de todas as funções eclesiásticas, conforme determina a jurisdição canônica. A investigação já estava em andamento desde julho, após informações repassadas pela Polícia Militar.
Para se aproximar das vítimas, o padre oferecia presentes, dinheiro, viagens e convites para pernoitar em sua casa. A polícia solicitou a prisão temporária do religioso devido à tentativa de contato com possíveis vítimas. Até o momento, o Nucria ouviu 11 pessoas, entre vítimas e testemunhas, e identificou três vítimas diretas: uma menor de idade na época dos fatos e duas já maiores.
A investigação também aponta irregularidades financeiras na gestão da paróquia e a prática de terapias sem autorização legal em consultório particular, que foi alvo da operação. Computadores e celulares foram apreendidos e ajudarão na continuidade das apurações, enquanto a polícia segue ouvindo possíveis vítimas e testemunhas.