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Família de criança com câncer relata golpe milionário envolvendo compra de medicamento

13 jun 2024 às 13:09

O caso é complexo e ainda há vários detalhes a serem esclarecidos. Enquanto corre contra o tempo para salvar a vida filha, Daniele se viu em meio a um caso de polícia. A mãe de Yasmin, de 11 anos, procurou a polícia civil para denunciar um possível golpe na compra do tão aguardado medicamento Danyelsa, a única opção para a remissão de um neuroblastoma, um tipo de câncer extremamente agressivo. O medicamento custa mais de 2 milhões de reais e a compra foi possibilitada depois de uma ação judicial que obrigou o Estado a fazer o pagamento por meio de um sequestro de valores. A ação na justiça foi intermediada por um advogado de Foz do Iguaçu, que recentemente foi afastado do caso pela família. 


Após a decisão judicial favorável à família, o Governo fez o depósito para a empresa importadora, que seria responsável por trazer o remédio para o Brasil. Uma série de problemas começou aí, segundo a família. O processo de importação parecia não estar ocorrendo da forma esperada. 


Para que o tratamento fosse iniciado, Daniele levou o medicamento à Uopeccan, onde Yasmin está sendo tratada. No hospital, várias inconsistências foram encontradas no medicamento recebido, inclusive a ausência de lacre e selo da Anvisa. 


O medicamento deve passar por perícia para saber se trata do princípio ativo esperado ou seria um remédio falsificado, até mesmo um placebo. A polícia civil recebeu a denúncia e tem como principal linha de investigação a atuação da empresa importadora. 


Essa é uma nova luta da família, que há anos enfrenta a doença. Ela foi diagnosticada a primeira vez com a doença em 2018, com câncer no pescoço e mediastino. Yasmin passou por tratamento quimioterápico na Uopeccan, conseguindo a remoção do tumor. Em junho de 2019, a menina entrou em remissão e seguiu apenas com consultas de rotina. No entanto, em março de 2020, a doença retornou, exigindo a retomada da quimioterapia e a indicação de um transplante de medula, realizado em Brasília em dezembro do mesmo ano. Após sentir fortes dores, em novembro de 2023, a família recebeu a notícia de que o câncer havia voltado, desta vez nos ossos da criança.