Sebastião Barros Marinho, de 64 anos, morreu na tarde desta terça-feira (2) uma hora depois de dar entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim do Sol. Segundo um dos filhos da vítima, o pai era pedreiro e trabalhou até o final da manhã da terça-feira. No início da tarde, já em casa, o homem começou a passar mal. Uma pessoa da família teria feito o primeiro contato com o Samu e foi informada que existia falta de ambulâncias disponíveis naquele momento.
Ao ficar sem opções, a família, que é moradora do Conjunto Mister Thomas, na zona leste de Londrina, colocou o idoso no carro para ir até o Hospital Universitário, onde ele fazia exames para investigar um possível câncer na próstata. A poucos metros da casa, o homem teria novamente passado mal. A família tentou novamente acionar o SAMU.
Ainda de acordo com familiares, Sebastião chegou à UPA do Jardim do Sol, de ambulância, por volta das 15h. Na unidade, o idoso teria sofrido convulsões, precisando ser reanimado. A família afirmou que quando a equipe chamou o homem para a triagem, Sebastião já estava sem vida. Diego Marinho, filho do paciente acreditou que, devido ao estado de saúde do pai, o atendimento seria colocado como prioridade.
Ainda de acordo com Diego, o homem já estaria morto há 20 minutos quando ia passar pela triagem. No atestado de óbito, as causas da morte foram listadas como choque cardiogênico (quando o coração perde a capacidade de bombear sangue); hipertensão e colesterol alto. A família questiona as informações colocadas no prontuário médico.
Em luto, os filhos de Sebastião questionam todo o procedimento feito na UPA Sol. Para a família, não restam dúvidas de que houve negligência. O velório ocorreu na capela do Cemitério Padre Anchieta, na região leste.
A morte de pacientes em uma unidade de pronto atendimento não é um caso isolado. No dia 23 de outubro de 2023, Nycolas Ronald Dias, de 22 anos, morreu dentro da mesma UPA Sol. De acordo com investigações, o rapaz, que estaria com dificuldades respiratórias, teria procurado a unidade no domingo e recebido alta no mesmo dia. Após não sentir melhora, Nycolas voltou ao local, onde teria morrido no final da tarde.
Nesta segunda-feira (1), dois médicos foram denunciados pelo Ministério Público pelos crimes de homicídio culposo e falsidade ideológica, seguindo o ponto de vista da Polícia Civil, que apontou que os profissionais foram negligentes no atendimento ao paciente.
A Polícia Civil ficará responsável por investigar o caso.