No coração verde do Norte Paranaense, Florestópolis se ergue como uma cidade que reflete o entusiasmo de seus pioneiros. Nascida das lavouras de café, foi emancipada em 1952 e cresceu cultivando a simplicidade e a acolhida, marcas de sua gente. Inicialmente um patrimônio dividido em lotes, atraiu migrantes, principalmente de São Paulo e Minas Gerais, que enxergaram futuro em meio à vasta mata.
Com aproximadamente 11.500 habitantes, a principal atividade econômica de Florestópolis é a agropecuária, que também impulsiona o comércio local, contribuindo para a qualidade de vida, como destaca uma moradora em enquete. O prefeito Onício de Souza reforça o valor e o desenvolvimento do município.
Fé, história e o berço da Pastoral da Criança
No centro da cidade, a Igreja Matriz São João Batista se destaca como um ponto de fé e história. Com linhas clássicas e vitrais coloridos, o templo homenageia o padroeiro da cidade.
Florestópolis ganhou destaque nacional no início da década de 1980 ao se tornar o berço da primeira comunidade da Pastoral da Criança. A iniciativa, que transformaria a saúde infantil no Brasil e no mundo, foi fundada pela Dra. Zilda Arns, em parceria com a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e o então Arcebispo Dom Geraldo Majella Agnello.
A escolha de Florestópolis não foi por acaso. Naquela época, a mortalidade infantil na cidade era alarmante, atingindo 127 mortes a cada mil nascidos vivos. Com a ajuda de líderes comunitários, a introdução do soro caseiro e um vasto trabalho voluntário, em apenas um ano, o índice despencou para 28.
Dona Eunice Cardoso, líder da Pastoral da Criança desde o início do projeto, relembra como tudo começou: "Foi o Bispo Dom Geraldo Magela que teve a ideia de falar com a irmã dele, a Doutora Zilda Arns. Ela veio até aqui, conversou com as freiras, montou o planejamento. E foi assim que escolheram Florestópolis pra ser o berço da Pastoral." Ela descreve o cenário da época: "Era muita pobreza. Não tinha creche, as mães deixavam os bebês com os irmãozinhos, muitas crianças morriam por falta de orientação, de vacina, de leite. A gente teve que fazer alguma coisa."
Maria Jaci, outra líder voluntária, teve seus filhos atendidos pelo projeto e, posteriormente, também se engajou. "A gente fazia visita nas casas, pesava as crianças, orientava as mães. Era difícil, mas com paciência a gente conseguia. Mudou muito, a saúde melhorou", conta. Dona Maria Aparecida, que também foi atendida pela Pastoral quando seu filho era bebê, se encantou com o trabalho e hoje é uma líder voluntária.
O trabalho da Pastoral da Criança em Florestópolis surtiu resultado e erradicou a mortalidade infantil por desnutrição. Hoje, a Pastoral da Criança está presente em todo o Brasil e em mais de 10 países. No entanto, os desafios mudaram. Como aponta Maria Jaci, hoje o problema a ser combatido é a obesidade infantil.
Qualidade de vida e lazer
Florestópolis é uma cidade que oferece qualidade de vida e tranquilidade para seus habitantes, seja para quem nasceu ou para quem a escolheu para morar. Além do trabalho, o município oferece opções de lazer, como destaca um morador que nos fins de semana aproveita para pescar.