Foz do Iguaçu tem hoje cerca de 295 mil moradores, segundo estimativa do IBGE, mas o número de cartões ativos do SUS na cidade chega a 456 mil. A diferença de mais de 160 mil registros levanta um alerta sobre a superlotação na rede pública de saúde e possíveis fraudes ou irregularidades nos cadastros.
Em apenas uma residência no Jardim América, foram encontrados 217 cadastros no mesmo endereço, o que reforça a necessidade de revisão. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o volume inflado pode ser explicado por cadastros desatualizados, duplicados, pessoas que se mudaram da cidade sem atualizar o sistema, e principalmente por moradores de municípios vizinhos e estrangeiros, como argentinos, paraguaios e venezuelanos, que buscam atendimento em Foz.
Mesmo com essa demanda extra, os recursos federais para a saúde são calculados com base apenas na população oficial do município, segundo os dados do IBGE. Isso gera distorções nos repasses e prejudica o funcionamento do sistema.
Para tentar reverter esse cenário, a Prefeitura está realizando um pente-fino nos cadastros, cruzando informações com o CadÚnico, IPTU e outros bancos de dados. A medida busca tornar o sistema mais eficiente e garantir que os recursos públicos sejam direcionados corretamente.