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Gaeco firma acordos com ex-dirigentes de cooperativa e garante devolução de R$ 19 milhões

09 set 2025 às 21:39

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina firmou mais seis acordos de não persecução penal com ex-integrantes da cúpula da Cooperativa Agroindustrial Cativa. Com os novos termos, serão devolvidos R$ 18,246 milhões aos cooperados.


Em maio, outros 14 investigados já haviam firmado acordos semelhantes, com previsão de devolução de R$ 1,4 milhão, totalizando R$ 19,646 milhões recuperados até o momento.


As investigações do Ministério Público do Paraná (MPPR), apuraram crimes de apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro supostamente praticados por membros da cúpula diretiva da cooperativa.


O ponto de partida da apuração foi a venda da área de laticínios da Confepar, empresa que integra a Cativa, para a multinacional francesa Lactalis, em 2021, por cerca de R$ 119 milhões.


O Ministério Público enfatizou que a multinacional Lactalis não tem qualquer envolvimento com o esquema investigado.


De acordo com o promotor Leandro Antunes Meirelles Machado, responsável pelo caso, este foi um dos maiores acordos já firmados pelo MP no Paraná para restituição de valores a uma cooperativa. ''A gente pode dizer que foi o maior acordo de não persecução penal do Gaeco de Londrina e talvez um dos maiores acordos do Gaeco do Paraná''.


Entre os bens entregues pelos investigados estão uma fazenda de 221 alqueires em Ortigueira, avaliada em aproximadamente R$ 10 milhões, além de veículos, imóveis e valores em dinheiro.


Além da devolução aos cooperados, os investigados também se comprometeram a pagar R$ 1,9 milhão a entidades beneficentes como parte dos acordos. ''Parte desses desvios ocorreu mediante à emissão fraudulenta de notas fiscais, como se alguns integrantes ali da cupula tivesse entregado produtos para a Cativa'' 


Sobre os desdobramentos judiciais, o promotor informou que, após a homologação, os réus que cumprirem integralmente os termos dos acordos não serão processados criminalmente, conforme previsto na legislação que rege a não persecução penal.


Outro ponto de destaque do caso envolve uma mulher usada como "laranja" sem seu conhecimento. Segundo o MP, ela foi envolvida de forma fraudulenta no esquema e, por isso, receberá uma indenização pelos danos sofridos.


Os acordos serão encaminhados ao juiz da 2ª Vara Criminal de Londrina, que deverá analisar e homologar os termos firmados entre o Ministério Público e os investigados.