O Hospital do Câncer de Londrina realizou, no dia 13 de outubro, uma cirurgia inédita utilizando a técnica PIPAC, sigla para Pressurized Intraperitoneal Aerosol Chemotherapy (quimioterapia por aerossol intraperitoneal pressurizado).
O procedimento, considerado inovador no Brasil, tem como objetivo melhorar a qualidade de vida de pacientes com câncer de estômago e outras doenças peritoneais. A técnica é amplamente usada na Europa e nos Estados Unidos, mas ainda é novidade no país. Em Londrina, foi aplicada pela primeira vez.
A operação foi conduzida pelo cirurgião oncológico Marcos Franco, especialista em aparelho digestivo. Ele explica que o método é minimamente invasivo, feito a partir de pequenos cortes no abdômen para inserção de câmera e instrumentos cirúrgicos. Segundo o especialista, o PIPAC é indicado para um grupo muito específico de pacientes e pode promover resultados significativos.
Estudos mostram que, em cerca de 18% dos casos, há regressão total da doença peritoneal, permitindo até que pessoas em tratamento paliativo tenham chance de cura. O procedimento também pode ser utilizado para controle da doença em casos de câncer de estômago, ovário ou colorretal. Em Londrina, a primeira paciente submetida à técnica foi uma mulher de 42 anos, diagnosticada com câncer gástrico.
Após a primeira sessão, ela segue sendo acompanhada pela equipe do Hospital do Câncer, e, segundo o médico, vem apresentando boa resposta ao tratamento. Apesar de ainda não constar no rol da ANS, a técnica é alvo de estudos e tem mostrado resultados promissores como terapia complementar.