Um crime brutal registrado neste fim de semana em Guaíra, no oeste do Paraná, chocou a população local. Everton Lopes Rodrigues, indígena de 23 anos e filho do cacique Bernardo Rodrigues Diegro, foi encontrado decapitado no sábado (13). Ao lado do corpo, uma carta com conteúdo ameaçador foi deixada, direcionando ataques às comunidades indígenas e à Força Nacional de Segurança Pública.
O texto, assinado por um suposto grupo criminoso, faz ameaças explícitas contra integrantes de aldeias e forças federais, alegando rivalidade com o PCC e prometendo novos atos violentos, inclusive contra crianças e ônibus escolares. A mensagem também afirma que o ataque não se trata de uma ameaça vazia, mas de um “ódio declarado”, e termina dizendo que “o próximo capítulo” será contra a Força Nacional.
A Polícia Civil do Paraná investiga o caso e informou que todos os materiais encontrados foram encaminhados para a perícia técnica. O crime levanta preocupações sobre a segurança das comunidades indígenas e o avanço do crime organizado na região de fronteira.
Em nota, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania manifestou profunda preocupação com o assassinato e informou que acompanha o caso desde as primeiras horas por meio do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas. No Paraná, o órgão monitora atualmente 19 lideranças Ava Guarani.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública também afirmou que acompanha o caso e confirmou que a Força Nacional, que já atuava em Guaíra, teve sua presença reforçada após o homicídio. A segurança na região foi ampliada para evitar novos episódios de violência.