Nesta quinta-feira (28), mais de 300 indígenas ocuparam uma fazenda em Tamarana, alegando que as terras pertencem a comunidade da Terra Indígena Apucaraninha.
As Polícias Federal e Militar foram acionadas e afirmaram que já havia rumores de que a ocupação poderia acontecer. “As equipes acompanharam o momento, fizeram a interlocução com os indígenas e o pessoal que está aqui no local. Os caseiros e famílias que estão aqui no local, tivemos contato com os indígenas, com a liderança, conversamos com eles para que tudo se mantivesse de maneira ordeira. Até pediram a segurança da Polícia Militar durante a noite e nos dias que seguirão, caso isso se prolongue. E aqui estaremos patrulhando e mantendo a ordem”, informou o Tenente Coronel Tordoro, comandante do 5º BPM.
A ocupação é resultado de um impasse que se arrasta há anos. Lideranças mostraram um documento que indicaria que a propriedade rural em questão estaria em uma área doada pelo Estado do Paraná em 1955 de 6300 hectares.
Em 2017, a fazenda foi ocupada pelos indígenas que reivindicavam a demarcação das terras. Houve um acordo, em que 73 alqueires ficariam para os indígenas, mas que não teria sido cumprido. Agora, eles voltaram a ocupar a propriedade e reivindicar a demarcação.
Os indígenas pretendem permanecer no local até que o impasse seja resolvido e a demarcação das terras feita. Eles também aguardam a visita e o posicionamento da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), que até o momento não visitou a ocupação.
“Hoje nós estamos aqui lutando, para ver se a gente toma de volta. Porque o pessoal foi expulso e nós queremos de volta esse território. É como diz, a gente fala território”, relatou Aparecido Pju Marcolino, orientador da comunidade Apucaraninha.