Em entrevista exclusiva ao Grupo Tarobá de Comunicação, o Diretor-geral do lado brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, esclareceu pontos importantes que envolve o impasse com o Paraguai no que diz respeito ao preço da energia elétrica gerada pela usina.
Na prática, ambos países defendem seus interesses. E esse impasse tem causado tensão entre o mais alto escalão dos governos. De um lado o Paraguai, que quer o aumento do preço da energia elétrica. Do outro, o Brasil, que não cede a pressão.
A tarifa praticada atualmente, aprovada de maneira provisória no fim do ano passado, é de 16,71 dólares por quilowatt/mês. A última proposta do Paraguai quer aumentar esse montante para 19,66 dólares. O Brasil defende um valor menor, de 14,77 dólares.
O Brasil compra uma parcela importante da energia Paraguaia gerada pela Itaipu. E nisso, a conta é simples: quanto maior o valor do quilowatt, maior o ganho do país vizinho. Bom para o Paraguai, e não para o Brasil.
O impasse no início desse ano chegou a bloquear o orçamento dá binacional, gerando atrasos no pagamento de funcionários e fornecedores pela primeira vez na história. Esse ponto foi resolvido. Pelo menos até o final desse mês, quando vence o prazo do procedimento provisório criado para resolver momentaneamente a questão até que se chegue em um acordo.
O receio é de que os impasses, que hoje são discutidos por chanceleres e pelos presidentes do Brasil e Paraguai, causem reflexos a gestão binacional da usina, administrada há 50 anos pelos dois países.