A morte do Papa Francisco, confirmada nesta semana, deixou milhões de fiéis em luto ao redor do mundo. No Paraná, esse sentimento tomou uma dimensão ainda mais profunda para Josefa Schmit, de 62 anos, moradora de Imbituva, nos Campos Gerais. Agente comunitária de saúde e símbolo de fé e solidariedade, ela protagonizou uma história comovente de devoção ao pontífice.
Em 2019, Josefa vendeu flores nas ruas, roupas do próprio corpo e até a casa onde morava, tudo com um único objetivo: entregar uma carta ao Papa Francisco no Vaticano. A mensagem pedia apoio à divulgação da campanha de doação de medula óssea, iniciativa que ela abraçou após perder uma sobrinha de apenas quatro anos, vítima de leucemia. “O único objetivo era tentar salvar mais vidas com esse gesto”, relembra.
Comovida com a causa, a polícia local ajudou Josefa a entregar pessoalmente a carta ao Papa durante uma de suas aparições públicas. O momento foi registrado em vídeo e até hoje emociona quem o assiste. Agora, com a morte de Francisco, ela diz sentir como se tivesse perdido alguém da própria família. “O que mais me marcou foi o quanto ele lutava pela paz, pelos pobres, pelos que mais sofrem. Para mim, ele era um farol no mundo”, afirmou.
Josefa também é fundadora da ONG “Você Consegue”, criada justamente após a perda da sobrinha, com a missão de incentivar a doação de sangue e medula óssea. Sua trajetória, do interior do Paraná ao coração do Vaticano, é uma lembrança viva de que a fé, quando aliada à ação, pode atravessar fronteiras e tocar corações — inclusive o do próprio Papa.