Um médico neurocirurgião de 81 anos foi preso na Santa Casa de Londrina, na tarde desta segunda-feira (15), suspeito de importunação sexual contra uma mulher de 48 anos. De acordo com o boletim de ocorrência, o assédio aconteceu em um dos quartos da unidade hospitalar, enquanto ambos acompanhavam pacientes.
Em depoimento,
a vítima contou que foi chamada pelo médico e, ao perguntar se ele
precisava de ajuda, teria sofrido a importunação sexual. “Ele me chamou e me
perguntou com quem eu estava. Eu falei que estava com o meu sogro. Aí ele falou
que me conhecia de algum lugar, mas eu disse que achava que não. Aí ele puxou
minha blusa, de onde ela estava, me agarrou, abraçou e falou, ‘gordinha,
gostosa, eu quero te catar’. Eu o empurrei e perguntei se estava doido”, disse
a mulher.
Ainda de
acordo com o boletim de ocorrência, a família do suspeito comunicou às
autoridades que ele foi diagnosticado com Alzheimer, e que estaria em um
estágio inicial da doença.
Levado
até a Central de Flagrantes pela Polícia Militar, o médico ficou em silêncio
perante o delegado.
Depois de
colhidos os depoimentos, o delegado entendeu que a versão apresentada pela
vítima foi coerente com as provas colhidas, por isso, o neurocirurgião foi
autuado em flagrante. “Após ouvir todas as pessoas, eu cheguei à conclusão que realmente
ele tinha praticado o crime de importunação sexual. Em razão disso, ele foi
autuado em flagrante e encaminhado ao Depen”, explicou o delegado Roberto
Fernandes.
O médico
passou por audiência de custódia na manhã de terça-feira (15) e foi liberado
pela justiça sob cumprimento de medidas cautelares, entre elas a de manter distância de pelo menos duzentos metros da vítima. Ele também está proibido de manter
contato por qualquer meio de comunicação, seja por telefone, e-mail ou rede
social com a mulher.
Em nota,
a entidade Iscal (Irmandade Santa Casa de Londrina), que administra a Santa Casa, informou que o médico não faz parte da equipe de neurocirurgia do grupo, e que
o profissional não atende na instituição, nem no Hospital Infantil, há oito
anos. Sobre a acusação, a Iscal apontou que não irá se manifestar, já que o
suspeito, enquanto cliente, acompanhava um familiar no hospital.