O caso do acidente de trânsito que resultou na morte de Edimar dos Santos, de 28 anos, em 2019, volta à tona quase seis anos depois. Na época, o episódio passou praticamente despercebido.
O carro envolvido no acidente pertence ao padre Genivaldo Oliveira dos Santos, atualmente preso pelo Núcleo de Repressão a Crimes contra a Infância e Adolescência (NUCRIA), suspeito de crimes sexuais. No dia do acidente, o veículo era conduzido por um jovem.
Familiares da vítima Edmar, morto após ser atropelado há seis anos em Cascavel, levantam suspeitas de protecionismo e possível interferência do vereador Sidnei Mazutti no caso. Eles alegam que não houve perícia no local nem abertura de inquérito na época do acidente.
Uma das pessoas próximas da vítima relatou:
"Eu fui até o local, fiz o reconhecimento do corpo e a única coisa que o policial que estava no momento lá falou é que o rapaz estava dentro do camburão e que estava nervoso e que ele tava com a habilitação provisória."
O relato segue com a menção de que o vereador Sidnei Mazutti estaria presente no local acompanhado de um padre, e que este último teria voltado dirigindo o veículo após o atropelamento:
"Tinha o vereador em questão acompanhado o padre, por causa que o rapaz atropelou e matou o Edmar e o padre voltou dirigindo o carro."
A testemunha ainda destacou uma contradição sobre a dinâmica do acidente:
"A quilometragem parou em 30 por hora, e um acidente a 30 por hora não mata um ser humano."
A presença de um vereador no local também gerou questionamentos:
"Em qualquer acidente com morte não tem que ter a presença de um vereador, que deveria estar ali para proteger os nossos direitos."
A suspeita de encobrimento é reforçada pela relação entre os envolvidos:
"Por ele ser padre, por ter vereador ali no meio, acho que foi encoberto sim, tanto que só está vindo à tona agora depois de 6 anos."
O vereador Sidnei Mazutti prestou esclarecimentos à polícia nesta quinta-feira (28), acompanhado de seu advogado.
Na tarde desta quinta-feira (28), a mãe do jovem morto no acidente também compareceu a delegacia para prestar depoimento ''Meu filho morreu igual um cachorro lá e ninguém fez nada'', disse a mãe ao chegar na delegacia.
Em Cascavel, o secretário de Estado de Segurança Pública do Paraná, coronel Hudson Teixeira, foi questionado sobre a ausência de inquérito na época e explicou como o caso será tratado a partir de agora. "estamos verificando o porquê de não ter tido um procedimento aberto para isso na época", disse Hudson.