O Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio da 7ª Promotoria de Justiça de Londrina, emitiu uma recomendação administrativa à diretoria de uma torcida organizada da cidade, com medidas urgentes para prevenir novos episódios de violência e garantir a segurança do público. A medida considera a proximidade da partida entre Londrina Esporte Clube e São Bernardo FC, marcada para o próximo sábado (11), no Estádio Vitorino Gonçalves Dias.
Entre as determinações, está o fechamento da sede da torcida da meia-noite até seis horas após o término da partida, além da proibição de qualquer atividade ou concentração no local também nos próximos três jogos com mando de campo do Londrina. O MPPR também orienta que a torcida divulgue em seus canais oficiais uma política de tolerância zero com qualquer ato de violência ou desordem.
Paralelamente, o Ministério Público instaurou um inquérito civil para apurar a responsabilidade da torcida por reiterados atos de violência e desordem em eventos esportivos. O representante legal da organização será notificado para prestar esclarecimentos e apresentar uma lista atualizada de todos os seus integrantes.
O MPPR também solicitou ao 5º Batalhão da Polícia Militar imagens, boletins de ocorrência e atas de reuniões realizadas com a torcida, além de oficiar o Londrina Esporte Clube para informar as medidas de segurança adotadas, fornecer imagens do circuito interno do estádio e apresentar documentos sobre a cessão do terreno onde está localizada a sede da torcida.
Diante da proximidade do Estádio VGD com a Maternidade Municipal de Londrina e o Pronto Atendimento Infantil, as direções dessas unidades de saúde também foram oficiadas para relatar possíveis impactos causados em dias de jogos, como perturbação do sossego de pacientes e entrada de fumaça de sinalizadores nas dependências hospitalares.
A atuação do MPPR foi motivada por relatórios da Polícia Militar que registram graves episódios de violência. Em 26 de julho, integrantes da torcida tentaram emboscar torcedores adversários e atacaram a escolta policial com pedras e garrafas. Já em 14 de setembro, após uma partida do Londrina, membros do grupo promoveram um tumulto, com agressões físicas a jogadores e à comissão técnica, inclusive a um atleta que estava com o filho no colo.
Apesar de a torcida ter admitido os fatos e afirmado ter punido os envolvidos, o MPPR destacou que os episódios de violência se repetiram, mesmo após o grupo ter firmado um compromisso de paz com a Polícia Militar.