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Mulher que levou idoso morto a banco tem laudo psiquiátrico, diz defesa

17 abr 2024 às 16:33

Erika de Souza Vieira Nunes, que foi presa após levar um idoso morto a uma agência bancária no Rio de Janeiro para tentar sacar um empréstimo, possui laudos para atestar que tem problemas psiquiátricos, afirmou a advogada de defesa Ana Carla de Souza em entrevista ao UOL News nesta quarta (17).

 

“Sabemos que há doenças que são altamente psicológicas, outras que transitam para uma questão psiquiátrica e outras que beiram à loucura. Não é o caso dela. [No caso da Erika] São situações que transitam entre um abalo psicológico e uma questão de medicamentos controlados no campo psiquiátrico”, afirmou.

 

A defesa ainda relatou que a acusada possui o CID [Classificação Internacional de Doenças], inclusive dos laudos, dos medicamentos controlados e do receituário, tudo isso comprovado e de anos anteriores.

 

Ana Carla disse que a morte do idoso foi declarada prematuramente, que ele estava vivo quando chegou à agência bancária e que há testemunhas que comprovam essa versão.

 

“Acreditamos na inocência da Erika. Temos testemunhas de que o senhor Paulo chegou vivo à agência bancária. Embora tenha sido, de forma prematura, declarada a morte por uma emergência dos bombeiros e do Samu, isso será contestado. Estamos aguardando também a resposta do IML. Também temos provas documentais do abalo emocional da Erika”, disse.

 

“No momento oportuno, quando for discutido o mérito da questão, traremos elementos comprobatórios e documentais da idoneidade da Erika. Claro que é chocante em um primeiro momento devido às imagens, mas é clara também a idoneidade da Erika em relação a acreditar, ainda que em um surto psicótico, nos dados vitais do Paulo,” comenta.

 

Segundo a advogada, o pedido de empréstimo foi feito ao banco há cerca de um mês. Ela disse que o idoso ficou internado devido a uma pneumonia, mas estava lúcido e se locomovia com o auxílio de uma cadeira de rodas —o que explicaria o fato de Erika não ter solicitado uma procuração e, assim, evitar a ida de Paulo à agência.

 

“Temos testemunhas, não só do momento quando ele chega à unidade, mas também do dia anterior e da internação. A defesa não está se recusando a apresentar [provas] e nem em inércia quanto à urgência. Só estamos esperando o momento oportuno para que elas sejam apresentadas”, concluiu.