Golpistas agora apostam em familiares de pacientes em tratamento no Hospital do Câncer de Londrina para solicitar pagamentos de serviços inexistentes. O contato é feito por telefone e os criminosos solicitam cobranças indevidas de exames e cirurgias, tudo em nome do próprio hospital.
Desde a última semana, os golpistas já fizeram pelo menos três vítimas, que chegaram a depositar R$ 3,8 mil para os criminosos.
Assim que tomou conhecimento, a superintendência do hospital iniciou uma investigação interna para entender como o golpe funciona. No áudio compartilhado por uma das vítimas, o golpista se passa por um médico e diz que para o tratamento da doença causada por uma bactéria é preciso fazer uma bateria de exames e administração de medicamentos, com chances de cura.
Para a cobrança, os criminosos dizem que o SUS (Sistema Único de Saúde) não se negou a pagar os exames, mas pediu carência de dois dias úteis, por isso, é preciso fazer o pagamento rápido porque a doença pode ser agravada durante este período. O valor passado pelo golpista é de R$ 3,9 mil para um horário no mesmo dia; após tirar dúvidas, o homem ainda diz que o SUS restituirá o valor.
Para conseguir os dados das vítimas, os golpistas ficam em volta do hospital e puxam assunto. Com a imagem de um médico de Brasília e telefone de Londrina, os criminosos falam como se o profissional atendesse no Hospital do Câncer.
O Hospital reforça que os pacientes devem entrar em contato com a Central de Atendimento em qualquer suspeita de golpe e esclarece que o SUS não faz cobranças por exames.
O Delegado Edgar Soriani, responsável pela Delegacia de Estelionato de Londrina, informou que até o momento, ninguém registrou boletins de ocorrências relatando que ser vítima deste golpe.
“Hoje em dia, para comprar celular e chip, você só precisa passar os dados da pessoa. Então, esse tipo de investigação é difícil você chegar à pessoa que está se passando e aplicando o golpe. Qual é a linha de investigação? É para onde vai o dinheiro ou a conta que é passada para que seja depositado. Isso nós conseguimos pedir quebra de dados bancários e seguir o dinheiro que está sendo depositado até o real recebedor dessa quantia”, explicou o delegado.
Soriani não descarta ainda a possibilidade de funcionários ou ex-funcionários do Hospital estarem envolvidos no crime. “É muito complexo chegar a essa pessoa que está supostamente vazando as informações, se é que ela existe. A nossa linha de investigação é punir quem está recebendo os valores depositados indevidamente”, frisou.