Você já ouviu falar em voçorocas? São grandes buracos provocados por erosões, geralmente causadas pelo escoamento da água da chuva. Em Loanda, no noroeste do Paraná, essas formações geológicas deixaram moradores em alerta. A cidade, com pouco mais de 24 mil habitantes, convive com uma das maiores erosões urbanas do Brasil, e agora o cenário começa a mudar.
A cratera impressiona por sua extensão. Localizada na bacia hidrográfica do Rio Ivaí, a voçoroca se estende por cerca de oito quilômetros, chegando a 15 metros de profundidade em alguns trechos. O solo da região faz parte da Formação Arenito Caiuá, caracterizado por ser arenoso, pobre em matéria orgânica e com baixa capacidade de retenção de água, fatores que favorecem o processo erosivo.
Com o passar dos anos, o problema foi se agravando, até que se tornasse urgente uma grande intervenção. As obras de contenção, que já estão em andamento, envolvem serviços de engenharia civil e bioengenharia e são fruto de um convênio entre a Itaipu Binacional e o Instituto Água e Terra. O investimento ultrapassa os R$ 46 milhões.
O projeto, elaborado em parceria com a Embrapa, inclui a construção de um canal retangular de concreto armado com 1.240 metros de extensão. Esse canal contará com um dissipador de energia para escoar uma vazão de até 55,07 metros cúbicos por segundo, contribuindo para a melhoria da microdrenagem urbana e o controle da erosão.
Além das obras estruturais, o espaço degradado será transformado. Está previsto o plantio de árvores nativas, paisagismo e a criação de um parque linear ao longo das duas margens da voçoroca, que deve beneficiar toda a comunidade local. O prazo para conclusão das intervenções é de 24 meses.
Para os moradores, é o fim de um longo período de espera. Depois de anos convivendo com o avanço da erosão, o início das obras representa esperança de segurança, valorização da área e qualidade de vida.