Nesta quinta-feira (06), a Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal, deflagrou uma operação para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão em investigação contra uma organização que importa ilegalmente grandes quantidades de mercadorias de origem estrangeira. Em Londrina, as equipes cumpriram ordens na Gleba Palhano, em Londrina.
De acordo com informações, o grupo criminoso atuava desde 2014, introduzindo mercadorias irregularmente no país por meio da fronteira com o Paraguai, sobretudo eletrônicos, que eram distribuídos a diversos estados do Brasil.
Com a evolução da atividade criminosa, a movimentação financeira, realizada por meio de laranjas e de empresas fictícias, chamou a atenção das autoridades. A investigação também indivou ainda que o grupo atuou por meio de recursos virtuais, ou criptomoedas, através da remessa de valores ao exterior. Os investigados passaram então a adquirir produtos eletrônicos diretamente de fornecedores nos Estados Unidos, China e Hong Kong e contratar sua remessa para o Paraguai, de onde eram inseridos em território nacional.
O pagamento dos produtos era realizado por meio de uma complexa rede de empresas nacionais e no exterior (offshore) que, mediante utilização de criptomoedas, efetivariam a evasão de divisas e consequentemente a lavagem do dinheiro. Esta organização criminosa estaria atuando juntamente com uma rede de colaboradores de agentes públicos ativos e inativos para consecução da atividade criminosa, em especial agentes da segurança pública. Por conta disso, a operação também conta com o apoio das corregedorias da Polícia Civil, da Polícia Militar e da Polícia Penal do Estado do Paraná.
Foi determinado judicialmente o bloqueio de bens e valores de quase 400 milhões de reais, de acordo com os levantamentos dos recursos financeiros movimentados pelo grupo criminoso. A operação contou com a participação de aproximadamente 230 Policiais Federais e 34 Auditores-fiscais da Receita Federal.
Os mandados também foram cumpridos em cidades dos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. As ordens judiciais expedidas pela 9ª Vara Federal de Curitiba preveem o sequestro, bloqueio e apreensão de bens imóveis, veículos, dinheiro em espécie, obras de arte, joias, criptoativos e outros itens de luxo ou de alto valor encontrados.