O Ministério Público do Paraná, por meio do Núcleo de Londrina do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), cumpriu nesta terça-feira (30) cinco mandados de busca e apreensão domiciliar no âmbito de investigação sobre possíveis fraudes em leilões oficiais realizados pelo Poder Judiciário em Londrina.
São apuradas as práticas de ilícitos penais de frustração do caráter competitivo de licitação, afastamento de licitante, corrupção ativa e/ou passiva e lavagem de capitais, supostamente conduzidas por um leiloeiro judicial.
De acordo com as apurações, o investigado teria direcionado leilões para que as arrematações fossem feitas por pessoas previamente escolhidas, geralmente por lance único no menor valor. As informações apuradas também dão conta de que o leiloeiro público deixou de dar ampla publicidade a diversos leilões para os quais foi nomeado pelo Poder Judiciário, o que permitia a realização das fraudes verificadas.
Em alguns casos, também ficou demonstrado que o leiloeiro se valia de uma funcionária e de um familiar dela para arrematar bens de seu interesse, sendo, inclusive, localizada uma procuração, por meio da qual a funcionária outorgou direitos ao leiloeiro sobre um bem imóvel que ela arrematou, o que indica a existência de fraude.
As ordens judiciais, expedidas pelo Juízo da 3ª Vara Criminal de Londrina, foram cumpridas com o apoio da Corregedoria da Polícia Civil – uma vez que há a suspeita de que um policial civil teria se beneficiado do esquema – em residências localizadas no município de Londrina.