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Padre afastado é denunciado por 21 crimes sexuais e de tráfico de drogas em Cascavel

03 out 2025 às 17:34

O Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio da 15ª Promotoria de Justiça de Cascavel, denunciou criminalmente um padre de 42 anos por 21 crimes distintos, cometidos contra 13 vítimas, com idades entre 12 e 48 anos na época dos fatos. A denúncia, oferecida nesta sexta-feira (03), inclui crimes de estupro de vulnerável, importunação sexual, violação sexual mediante fraude e tráfico de drogas, entre outros, e está sendo tratada sob sigilo.


Entre os 21 crimes atribuídos ao religioso, estão oito de estupro de vulnerável, cinco de importunação sexual, dois de violação sexual mediante fraude (um consumado e um tentado), cinco de tráfico de drogas e um de entrega de substância nociva à saúde para fins medicinais. A Promotoria também solicita a indenização das vítimas, com valores que variam entre R$ 20 mil e R$ 150 mil por danos materiais e morais.


A investigação foi conduzida pela Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), como parte da Operação "Lobo em Pele de Cordeiro". Durante a apuração, surgiram indícios de que o padre teria cometido crimes sexuais em seminários e locais religiosos, e que outros envolvidos, incluindo um outro religioso falecido, possam ter praticado crimes semelhantes. No caso do falecido, a ação foi extinta devido à morte do acusado.


A Promotoria também solicitou que a Delegacia de Polícia de Campo Mourão investigue outros crimes contra a dignidade sexual, e que as autoridades apurem possíveis desvios de recursos de doações de fiéis e uso indevido de bens paroquiais para práticas criminosas.


Pedido de Reparação e Ação Eclesiástica


O MPPR requereu que a 12ª Promotoria de Justiça de Cascavel busque a reparação civil pelos danos causados às vítimas, com a compensação de danos individuais e coletivos, considerando a violação de direitos fundamentais. Também foram enviadas cópias dos autos ao Vigário Judicial da Arquidiocese de Cascavel, a fim de apurar a responsabilidade da igreja diante das denúncias e possíveis omissões.


Além disso, a 15ª Promotoria de Justiça questionou a transferência do padre para o Complexo Médico Penal (CMP), em Curitiba, durante as investigações, sem a devida comunicação às autoridades competentes.


O religioso, que está preso preventivamente, aguarda o andamento das investigações e a continuidade do processo judicial.


Prisão Preventiva e Ação Judicial


O MPPR também requereu a manutenção da prisão preventiva do padre, com base na garantia da ordem pública e na conveniência da instrução criminal, e busca garantir a reparação das vítimas por meio de ações civis.


Este caso, que abrange crimes sexuais, tráfico de drogas e possíveis desvios financeiros, está sendo tratado com extrema seriedade pelas autoridades, buscando não apenas a responsabilização criminal, mas também a reparação dos danos causados às vítimas e à comunidade.