Os problemas que os pombos causam no Bosque Central de Londrina, localizado na Avenida São Paulo, número 434, não é novidade. Além da sujeira nos bancos e chão, o cheiro forte é insuportável.
Renan Campos de Oliveira é biólogo e faz parte da ONG MAE - Meio Ambiente Equilibrado. Ele tem acompanhado a discussão sobre o controle da superpopulação há mais de 10 anos e explica que os pombos vivem no limite, se reproduzem a ponto de ocupar todo o espaço e aproveitam a quantidade de alimento disponível.
Pra ele, não é surpresa que o repelente natural, os refletores e a poda das árvores não tenham funcionado. “Tudo isso é paliativo, mas não funciona. Pode ver que uma semana depois já voltou o problema. Essa espécie é insistente e tem essa capacidade de ocupar os espaços em quantidade”, explicou o biólogo.
Segundo especialistas em aves, o problema é antigo e começou na época da colonização e a derrubada de matas e, depois, com a opção de plantio de grãos. Com alimento farto e sem predadores naturais, os pombos foram se multiplicando e encontraram no bosque o dormitório ideal.
Para Renan, a solução pode demorar e bastante. Essa espécie de pombo, zenaida auriculata, vive de 10 a 12 anos e tem, em média, quatro ninhadas anuais, cada uma com dois ou três filhotes.
Por isso, ele defende o plantio de mais árvores no bosque e no entorno para atrair outras aves. “Outros fragmentos florestais que você vê na zona rural, você não encontra tanto pombo porque lá tem muito mais arvores e espaços, além de muitas outras espécies competindo ali”, argumentou.
Pra quem defende a derrubada de todas as árvores, ele argumenta que o prejuízo pode ser maior. “Qualquer medida que você empobreça o bosque ambientalmente, você está favorecendo essas espécies que não critério para ocupar o espaço. O pombo vive em área aberta e só usa o bosque pra dormir”, explicou o biólogo, Renan de Oliveira.