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Paraná registra aumento alarmante de feminicídios e ocupa 3ª posição no ranking nacional

01 ago 2025 às 14:05

O Paraná registrou um aumento preocupante de feminicídios em 2024, com 109 mortes de mulheres, um crescimento de 33,7% em relação ao ano anterior, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O estado agora ocupa a terceira posição no ranking nacional, o que demonstra um cenário de violência que exige atenção e ações urgentes.


Um dos casos recentes que exemplifica a brutalidade desses crimes é o de Daiane Cristina Pascoaleto dos Santos, assassinada há dois meses. O principal suspeito, seu ex-companheiro Sandro de Almeida, não aceitou o fim do relacionamento de 12 anos. Ele também é suspeito de ter matado outra mulher em 2009, na cidade de Jandaia do Sul.


Análise aprofundada e conscientização


A presidente do Núcleo de Estudos Interdisciplinares de Gênero, Raça e Etnia (Néias) - Observatório de Feminicídios de Londrina, Martha Ramirez-Galvez, defende a necessidade de uma análise profunda para entender as razões por trás de tanta violência. “É preciso uma análise profunda para identificar os motivos de tanta violência”, afirma.


Enquanto no Brasil o número de feminicídios cresceu em uma proporção menor (0,7%), o Paraná se destaca negativamente, mostrando que a violência de gênero tem raízes culturais complexas no estado. A Secretaria de Segurança Pública do Paraná (SESP) informou que o feminicídio não pode ser combatido da mesma forma que outros crimes, por ser um crime com profundas raízes culturais.


Ações e programas de combate à violência


A SESP ressalta, em nota, que 100% dos feminicídios registrados nos últimos anos foram solucionados pelas forças policiais. O Paraná conta com o programa Mulher Segura, uma iniciativa do governo para aumentar a conscientização e melhorar a confiança das mulheres em denunciar a violência.


A delegada Emanuele Siqueira destaca a importância da denúncia. No entanto, Martha Ramirez-Galvez, do Néias, reforça que a conscientização precisa ir além, e as mulheres precisam conseguir identificar que estão sendo vítimas de violência e, assim, procurar a rede de proteção.