Com toda a mobilização policial e os intensos disparos de arma de fogo, os moradores do bairro Universitário, em Cascavel, viveram momentos de pânico na noite desta quinta-feira (24). Trancados dentro de casa, muitos tentavam entender o que estava acontecendo do lado de fora — em uma região até então considerada tranquila.
A Clarice e o Osni estavam a poucas quadras do local quando souberam da movimentação. Ela visitava uma amiga e ele trabalhava, sem imaginar que o cenário em sua própria rua seria tomado por viaturas, ambulâncias e tiros.
Muitos dos moradores vivem no bairro há 5, 10, até 20 anos, e nunca presenciaram nada semelhante. A área é predominantemente residencial, com poucas empresas nas proximidades.
Seu João, que mora a poucos metros da empresa onde o crime aconteceu, vive no endereço há cinco anos, mas sua filha já residia ali há mais de uma década. Ele relatou que sempre admirou a tranquilidade da região. Segundo ele, os moradores foram orientados a se esconder dentro de casa até que a situação fosse controlada.
Além do susto, o que mais abalou os moradores foi a confirmação da morte do vigilante Gilmar, funcionário da empresa. A notícia comoveu a vizinhança.
Luiz Fernando, amigo de infância de Gilmar, contou que os dois cresceram juntos no bairro Floresta, onde mora a mãe da vítima. Eles estudaram no Colégio Francisco Lima e criaram uma amizade que durou anos.
O caso, que inicialmente parecia um sequestro, ganhou novos contornos ao longo da madrugada com a descoberta do envolvimento de dois funcionários da empresa. A Polícia Civil investiga a motivação do crime. Enquanto isso, o bairro Universitário tenta recuperar a paz abalada por uma noite de tensão e violência.