O desrespeito à faixa exclusiva para ônibus tem se tornado cada vez mais comum em Cascavel. Apesar da sinalização clara e da existência de ciclovias em boas condições nas avenidas Brasil e Tancredo Neves — uma para pedestres e outra para ciclistas — muitas pessoas insistem em transitar pelo espaço reservado ao transporte coletivo.
Esse local é destinado exclusivamente para ônibus, veículos da saúde e da segurança pública. A presença de pedestres e ciclistas na via representa um alto risco de acidentes. Além disso, motoristas de ônibus frequentemente precisam reduzir a velocidade ou desviar para evitar atropelamentos, o que atrasa o serviço e prejudica o trabalho dos condutores.
Por outro lado, há quem respeite as normas. Vladimir Cassioni, aposentado, é um exemplo de quem segue as orientações e realiza suas caminhadas na pista destinada aos pedestres. Ele defende que é preciso uma ação mais efetiva antes que um acidente grave aconteça:
"Eu acho um tremendo perigo, pode acontecer um acidente até grave. A prefeitura e os órgãos responsáveis têm que tomar uma providência em relação a isso."
O problema tem preocupado a Transitar, autarquia responsável pelo trânsito na cidade. A coordenadora do setor de educação de trânsito, Luciane de Moura, afirma que são realizadas ações constantes de conscientização, mas muitas vezes as orientações não são levadas a sério:
"As pessoas estão transitando no lugar errado, na faixa exclusiva do ônibus. Não é para você transitar naquele local. Elas colocam a própria vida em risco. Quando chamamos a atenção, elas argumentam: 'não, eu estou atento', mas nosso trabalho é prevenir."
Com o crescimento do número de transportes alternativos em Cascavel, o poder público tem incentivado o uso de bicicletas e caminhadas por meio da implantação de novas ciclofaixas que conectam diversos bairros ao centro. Um exemplo é a ciclofaixa da rua Carlos Gomes, que liga as ruas Alexandre de Gusmão e Duque de Caxias até a avenida Brasil, oferecendo uma rota segura — porém, muitas vezes ignorada. Luciane de Moura falou sobre o assunto:
"Nós temos um planejamento enquanto prefeitura de que as ciclovias e ciclofaixas vão ligar a região central ao bairro com qualidade. O objetivo é que a pessoa venha do seu bairro até o centro com segurança. Já começamos esse trabalho, mas as pessoas tendem a utilizar um local que não é adequado, a faixa exclusiva do ônibus. Ali não é para você transitar."
A prática de atividades físicas é fundamental para a saúde, mas precisa ser realizada em locais apropriados e seguros. A faixa de ônibus é destinada exclusivamente aos veículos autorizados e, ao ser utilizada de forma indevida, coloca vidas em risco.