Em julho de 2023, uma tragédia em um silo de grãos em Palotina, no Paraná, deixou 10 trabalhadores mortos e gerou grande preocupação na população. Desde então, tem se discutido o que pode ser feito para evitar que situações como essa se repitam. Infelizmente, o problema é mais comum do que parece. Nos últimos 10 anos, o Corpo de Bombeiros do Paraná registrou cerca de mil incêndios em silos, número que pode ser ainda maior, já que muitos casos não chegam até a corporação.
A solução para esse problema está sendo desenvolvida na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Toledo. A ideia surgiu de um bombeiro que atuou em Palotina. Luis Eduardo Zarpellon, que trabalha no Corpo de Bombeiros há 19 anos, percebeu a preocupação com a alta ocorrência de incêndios em silos e a dificuldade de combatê-los na região Oeste do Paraná. Em busca de soluções, ele procurou a Unioeste e formou uma parceria com o professor Camilo Freddy Mendoza Morejon, especialista em engenharia química. Juntos, começaram a estudar formas de resolver o problema.
O objetivo do projeto é simples: criar um sistema que permita que as equipes dos silos identifiquem fatores que possam levar a um incêndio e que sejam alertados para tomar medidas preventivas imediatamente.
A inteligência artificial (IA) tem sido um fator fundamental no desenvolvimento da solução. A equipe conseguiu treinar a IA para analisar os dados de maneira mais eficiente, permitindo que ela identifique anomalias que possam indicar risco de incêndio.
Esse equipamento pode ser conectado a uma central que recebe informações sobre os riscos de incêndio, o que aumenta a velocidade dos ajustes e ajuda a prevenir incêndios. Além disso, o sistema é capaz de identificar focos iniciais de incêndio.
O projeto já possui patente e foi instalado em uma empresa, o que significa que a tecnologia desenvolvida pode, a partir de agora, ajudar a evitar tragédias como a de Palotina.