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PF deflagra Operação Escolta e cumpre 40 mandados contra organização criminosa

18 nov 2025 às 07:38

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (18), a Operação Escolta, voltada ao cumprimento de medidas cautelares contra uma organização criminosa transnacional especializada no descaminho de celulares de alto valor provenientes do Paraguai, além de lavagem de dinheiro e, de forma secundária, tráfico internacional de armas e munições.


Ao todo, estão sendo cumpridos 5 mandados de prisão preventiva e 35 mandados de busca e apreensão, além de diversas medidas cautelares alternativas, como monitoramento eletrônico por tornozeleira, bloqueio de bens e sequestro de valores que somam aproximadamente R$ 57 milhões.


As diligências ocorrem simultaneamente em 12 municípios, distribuídos em quatro estados do país, com equipes da Polícia Federal e apoio da Receita Federal em dois estabelecimentos comerciais.


As investigações, realizadas entre 2024 e 2025, revelaram que os aparelhos celulares entravam ilegalmente no Brasil pela Ponte Internacional da Amizade, em Foz do Iguaçu. Para isso, o grupo utilizava:


  • Motoqueiros transportando “cotas”;

  • Veículos com fundos falsos;

  • Rotas fluviais clandestinas pelo Rio Paraná.


Após ingressar no país, os produtos eram armazenados inicialmente em um hotel, depois transferidos para residências em condomínios fechados e, posteriormente, enviados para Curitiba, Norte do Paraná e outros centros consumidores. O transporte era feito em caminhões com compartimentos ocultos, sempre acompanhados por um segundo veículo — a chamada “escolta”, responsável por monitorar o trajeto e evitar fiscalizações.


Durante as investigações, foram registradas 16 apreensões de eletrônicos, com valor estimado superior a R$ 13 milhões. Um dos alvos chegou a internalizar irregularmente mais de R$ 50 milhões em celulares em menos de um ano, segundo a PF.


O grupo utilizava métodos de contrainteligência, como equipamentos de raio-X e bloqueadores de sinal (jammers), para dificultar ações de fiscalização.


O nome faz referência ao principal modus operandi da quadrilha: o uso de veículos de segurança para acompanhar os carregamentos irregulares de produtos estrangeiros, garantindo a chegada da carga ao destino final.


A Polícia Federal segue com as diligências, e os presos serão encaminhados ao sistema prisional após os procedimentos de praxe.