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Polícia Civil prende três alvos estratégicos da Tropa do Tubarão em Apucarana

03 dez 2025 às 13:58

A Polícia Civil do Paraná apresentou, na manhã desta quarta-feira (3), o resultado da Operação Commensalis, deflagrada pela 17ª Subdivisão Policial (SDP) em Apucarana. A ação teve como foco desarticular remanescentes da facção “Tropa do Tubarão”, que tentavam ocupar posições estratégicas após o enfraquecimento provocado pela Operação Baby Shark, em 2024.


Foram cumpridos quatro mandados de prisão e dez de busca e apreensão, nove deles em Apucarana e um em Itapevi (SP), com apoio da Polícia Militar paulista. Três pessoas apontadas como integrantes de destaque dentro da estrutura criminosa foram presas.


O delegado operacional Vitor Hugo Torres Bento, responsável pela investigação, explicou que a operação mirou indivíduos que se reorganizaram após as detenções realizadas no ano anterior.


“A Operação Commensalis teve o objetivo de identificar e capturar pessoas que passaram a ocupar posições estratégicas da Tropa do Tubarão depois da Operação Baby Shark. Algumas dessas lideranças já haviam sido presas em março, e hoje conseguimos alcançar outros integrantes essenciais para o funcionamento da facção.”


Segundo o delegado, as investigações encontraram mensagens sobre tráfico de drogas, posse de armas, munições e até procedimentos de tortura contra usuários. Ele destacou ainda a relação direta do grupo com o Primeiro Comando da Capital (PCC).


“Constatamos vínculos sólidos com o PCC, desde movimentações financeiras até auxílio logístico e suporte a foragidos. O mandado cumprido em São Paulo reforça essa conexão.”


O delegado adjunto da 17ª SDP, André Garcia, ressaltou que a operação é parte de um trabalho contínuo de enfrentamento ao crime organizado e destacou a queda expressiva nos homicídios em Apucarana:


“A Polícia Civil não trabalha com imediatismo. Antes da operação existe um longo trabalho investigativo. Em 2024 tivemos cerca de 30 homicídios em Apucarana; em 2025, menos de 10. Isso é reflexo direto das operações que atingiram essas organizações criminosas.”


Garcia complementou afirmando que, embora a facção tente se reerguer, a polícia mantém vigilância constante. “O tráfico tem grande poder de regeneração, mas estamos atentos. Monitoramos os remanescentes da Tropa do Tubarão e a atuação do PCC na cidade. Em 2026 não será diferente.”


O primeiro delegado operacional, Ricardo Monteiro de Toledo, lembrou que a operação desta quarta é um desdobramento direto da Operação Baby Shark, que em 2024 prendeu 69 integrantes da Tropa do Tubarão.

Ele destacou a condenação recente do núcleo financeiro da facção. “Ontem saiu a sentença em primeira instância: os 11 integrantes do núcleo financeiro foram condenados a penas que variam de 11 a 14 anos de reclusão. Isso comprova a qualidade das investigações e do trabalho conjunto com o Ministério Público.”


Ricardo reforçou que o objetivo da Polícia Civil vai além das prisões. “Nós não buscamos apenas prender, mas realizar prisões qualificadas, com provas robustas que garantam a condenação dos envolvidos. Isso assegura que permaneçam afastados por muitos anos, impedindo que continuem causando sofrimento à população.”


A Polícia Civil apreendeu celulares, documentos, drogas e outros materiais que serão analisados. As investigações continuam para identificar participantes ainda ativos na cadeia criminosa.


O nome “Commensalis” remete ao conceito de comensalismo organismos que se beneficiam de outros simbolizando a relação de dependência e vantagem que membros da Tropa do Tubarão mantêm com o PCC e entre si.


A investigação segue sob responsabilidade da 17ª SDP, que promete novas ações caso sejam identificados outros integrantes tentando reestruturar a facção na cidade.