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Policiais são acusados de matar homem por engano em Foz do Iguaçu

06 jun 2024 às 13:08

Dois policiais militares de Foz do Iguaçu viraram réus de um processo criminal que apura a morte de um inocente após uma perseguição e confronto na fronteira.Nossa equipe de jornalismo, teve acesso a laudos e imagens do processo.


As imagens mostram de diferentes ângulos, como tudo aconteceu. Foi na noite de 28 de abril do ano passado. A PM é acionada para atender uma ocorrência de roubo próxima ao batalhão. Dois homens fogem em uma moto. Uma viatura cruza com os suspeitos. É dada voz de parada. Outras viaturas vão chegando ao local. O condutor desce e é preso. O garupa foge por outra rua.


E é aí que entra Ismael Moray Flores, de apenas 19 anos, que não tinha nada a ver com o assalto. Até então ele caminha tranquilo, voltando para casa.


Por outra imagem, é possível ver o momento em que o segundo suspeito, que está armado, entra na mesma rua em que Ismael está. O suspeito saca arma e faz menção de atirar, momento em que é morto por policiais. Com ele estava também os objetos roubados.


Já Ismael, teria tido como reação natural correr, ao ouvir os disparos. Segundo relatos do processo, ele corre na direção dos PMs, e não contra eles.Ele passa por duas viaturas, e na terceira, chegam os policiais, que não teriam presenciado a prisão do primeiro suspeito, e disparam contra Ismael. Ele foi atingido por cinco tiros, e morreu no local.


Nós também tivemos acesso aos depoimentos dos policiais, que por figurarem como réus, e não condenados, borramos as imagens.


O laudo pericial da reconstituição do crime, aponta, como citado pelos PMs, um boné nas mãos de Ismael, o que a defesa afirma ter confundido os agentes.


O Ministério Público não ofereceu denúncia contra os policiais envolvidos no confronto que acabou com a morte de um dos assaltantes que estava armado, e segundo o MP, oferecia risco eminente. Entendimento diferente do que teve em relação aos dois policiais hoje réus pela morte de Ismael.


O processo administrativo interno da PM foi encerrado. Com o aceite de denúncia, oferecida pelo MP, a justiça irá decidir, após os atos processuais, se os dois vão ou não a júri popular.