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Pontos de parada no Paraná viram depósito de lixo, denunciam caminhoneiros

18 ago 2025 às 22:12

Mesmo longe da área urbana, o acúmulo de lixo em locais afastados, como paradouros e acostamentos de rodovias, aumenta significativamente o risco de proliferação de doenças. Um exemplo dessa situação está na BR-369, onde um paradouro foi tomado por resíduos. A cena registrada por um motorista que passou pelo local gerou revolta e alertou para o problema ambiental e de saúde.


Um paradouro de rodovia, também conhecido como Ponto de Parada e Descanso (PPD), é um local às margens de rodovias que oferece infraestrutura para que motoristas profissionais, especialmente caminhoneiros, possam fazer pausas seguras e descansarem durante suas viagens.


Áreas com lixo acumulado e água parada tornam-se criadouros ideais para o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. De acordo com Clair Wagner, gerente de Vigilância em Saúde Ambiental, mesmo em regiões afastadas, o mosquito encontra condições ideais para se reproduzir e pode se deslocar facilmente até áreas habitadas.


"O mosquito voa até 1m de altura; porém, ele pode aproveitar e pegar uma 'carona' de carro e em itens que as pessoas transportam. Então, jogar lixo em terrenos baldios ou beiras de rodovia é errado. Ele só precisa de um potinho pequeno com água para se proliferar."


O mosquito não escolhe endereço. Resíduos descartados de forma irregular, como uma simples garrafa com água, podem servir como ambiente perfeito para sua multiplicação.


Em nota, a Superintendência Regional do DNIT no Paraná informou que a limpeza dos entornos das rodovias federais é realizada periodicamente, incluindo a coleta de resíduos acumulados em paradouros e pontos críticos. O órgão reforça a importância da denúncia por parte da população, para que medidas corretivas possam ser adotadas pelas autoridades competentes.


Segundo Clair Wagner, o momento é de atenção redobrada, mesmo com a ausência de registros recentes de focos do mosquito.


"Nesse momento, estamos há 4 ou 5 semanas sem casos de chikungunya e vamos para 4 semanas sem caso de dengue registrados. É um período de baixa, porque os ovos do mosquito demoram a eclodir, e o frio ajuda nisso. Mas, em qualquer chuva, ele pode voltar a eclodir. Se nós cuidarmos agora, em período de baixa circulação, isso ajuda muito para que nós não cheguemos ao final do ano com muitos casos."