Depois de cinco anos fora de vigor, o horário de verão voltou ao centro dos debates no Brasil, e o motivo principal é o aumento nas tarifas de energia. A mudança, que por décadas adiantava os relógios em uma hora entre outubro e fevereiro, foi suspensa em 2019 sob o argumento de que a economia de energia havia se tornado irrelevante com a modernização do consumo elétrico. Agora, com o cenário de custos altos e sobrecarga nos horários de pico, o retorno da medida volta a ser discutido.
Em Cascavel, moradores se dividem sobre o tema. Muitos lembram com saudade do horário estendido de sol no fim da tarde, enquanto outros preferem a rotina atual. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o horário de verão poderia reduzir em até 3% a demanda máxima de energia do país, especialmente no período entre 18h e 19h, momento em que se perde a produção solar e o consumo residencial dispara.
Além da economia, entidades como a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) defendem a mudança por considerarem que ela estimula o consumo em setores como alimentação e lazer. Para empresários do ramo em Cascavel, os impactos seriam positivos para alguns, mas nem todos enxergam ganhos.
Uma pesquisa nacional realizada pela Abrasel em parceria com o Reclame Aqui em 2024 mostra que 55% dos consumidores apoiam o retorno do horário de verão. Entre eles, 43% destacam a economia de energia como principal vantagem, 47,9% valorizam o tempo extra para lazer e 35% afirmam se sentir mais seguros ao voltar do trabalho ainda com luz natural.
Enquanto o governo federal ainda avalia a recomendação do ONS, o debate sobre o horário de verão reacende opiniões, expectativas e dúvidas, especialmente em tempos de contas de luz mais caras.