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Profissionais são indiciados após procedimento estético em paciente de Cascavel

09 jan 2025 às 18:12

Em coletiva realizada nesta quinta-feira (09), a delegada responsável pelas investigações da Polícia Civil do

Paraná (PC-PR) deu detalhes sobre o caso envolvendo a Clínica Revive, de Cascavel.


Os proprietários Tiago Tomaz da Rosa, farmacêutico, e Carolina Milanezi Bortolon Rosa, médica, são investigados por exercício ilegal da profissão, lesão corporal grave e estelionato.


A primeira vítima, Raquel Roseli Demichei Dornelles, registrou boletim de ocorrência após sofrer deformações permanentes no rosto devido à aplicação da substância PMMA, em vez do bioestimulador contratado. 


Após a repercussão na mídia, outras vítimas vieram à tona, totalizando três inquéritos instaurados até o momento.


De acordo com a delegada, o uso do PMMA causou danos irreversíveis. A substância, desaconselhada para fins estéticos, não é absorvida pelo corpo e não pode ser removida sem causar deformidades. Além disso, há indícios de estelionato, pois a paciente teria pago por outro produto.


O caso ganhou força com a fiscalização conjunta realizada em setembro de 2024 pelo Conselho Regional de Farmácia (CRF-PR) e pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-PR), que identificaram irregularidades graves na clínica, incluindo o uso inadequado do PMMA. 


A fiscalização gerou um relatório encaminhado ao Ministério Público e ao Juizado Especial de Cascavel.

A delegada informou que os investigados estão em liberdade, mas poderão ser presos caso o Ministério Público represente e o Judiciário aprove a medida. 


Além disso, a Polícia Civil solicitará a suspensão dos registros profissionais de ambos.


Processos éticos e sindicância


O CRM-PR instaurou sindicância para apurar a conduta da médica Carolina Milanezi Bortolon Rosa. As sanções podem variar de advertência confidencial à cassação do registro profissional, dependendo da gravidade dos atos.


Denúncias incentivadas


A Polícia Civil reforça o pedido para que novas vitimas procurem as autoridades, mesmo que os procedimentos tenham sido realizados há anos. "Quanto mais materialidade tivermos, mais robusto será o caso para uma futura condenação", destacou a delegada.


Nota do CRM-PR e CRF-PR


As entidades ressaltaram que a fiscalização visou apurar irregularidades e proteger a saúde da população.

O relatório confirmou o uso do PMMA por um farmacêutico, prática que ultrapassa os limites éticos e legais da profissão. Ambas reforçam o compromisso com a ética e a segurança nos procedimentos estéticos.