O celular se tornou um item indispensável no dia a dia da maioria das pessoas, mas, desde o início deste ano, o uso do aparelho está proibido nas escolas brasileiras. A medida foi estabelecida por uma lei federal que passou a vigorar em 2024 e, após alguns meses em vigor, os resultados já são visíveis no ambiente escolar.
No Colégio Cívico-Militar Júlia Wanderley, em Cascavel, por exemplo, a proibição total já era adotada desde o ano passado, mas agora conta com respaldo legal.
A professora de Geografia do Colégio Cívico-Militar Júlia Wanderley, Patrícia Censi, destacou que os alunos antes pegavam o celular o tempo todo, mesmo quando ele estava na mochila. Com a nova legislação, ela comenta que os alunos já estão habituados e prestam mais atenção nas aulas.
Antes, mesmo quando o celular não era utilizado constantemente, a ansiedade gerada pelas notificações era uma distração contínua. Agora, a escola retomou sons e movimentos típicos da convivência: bate-papo no intervalo, quadra cheia, interação real. A presença se tornou protagonista.
Até mesmo alunos elogiaram a medida. Kauã Gois disse que a presença do celular tirava a atenção de todos; com a proibição, o foco se voltou para o aprendizado. Ketlin Zambonini também afirmou que manter o controle sobre o celular foi bom tanto para os alunos quanto para os professores.
Segundo Cláudia Alaminos, especialista em educação parental, apenas a presença do celular já era suficiente para desconcentrar os alunos. Ela também aponta uma melhora na qualidade das interações, como nas atividades durante o recreio: as pessoas voltaram a conversar e até mesmo a jogar outros jogos.
A chefe do Núcleo Regional de Educação de Cascavel, Angelice Vetorazzi, afirma que, na maioria das escolas, a questão já está resolvida. Ela também ressalta que o adolescente muitas vezes não tem noção do quanto o uso do celular atrapalha seu desempenho.
Para a psicopedagoga Cláudia Alaminos, a lei é também um alerta para os responsáveis: o controle do uso excessivo das telas precisa ser levado para dentro de casa, como parte do processo de desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes.