O corte no número de consultas médicas oferecidas pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar) gerou preocupação entre os usuários. No entanto, segundo a 17ª Regional de Saúde, a redução é temporária e está relacionada à variação dos recursos disponíveis. Ela explica como funciona o financiamento do consórcio e quais são as prioridades de atendimento.
O Cismepar funciona de maneira semelhante a um consórcio de veículos: todos os 21 municípios participantes contribuem mensalmente. Esse valor forma um fundo comum, utilizado para oferecer consultas, exames e procedimentos médicos. A diferença é que todos os municípios utilizam os serviços simultaneamente. A chefe da Regional de Saúde, Maria Lúcia da Silva Lopes diz que, além do dinheiro repassado pelas prefeituras, o consórcio recebe recursos do Ministério da Saúde, com base na produção mensal — ou seja, no número de atendimentos realizados. Uma terceira fonte de receita vem do Governo do Estado. “O Governo do Estado, por meio do consórcio, trabalha especificamente em projetos concretos, como a reforma do Cismepar, enxoval e mudança na frota. São ações consistentes”, explicou.
Um dos principais programas estaduais de apoio é o Qualisís, criado pelo Governo do Paraná. Maria Lúcia afirma que, por meio desse programa, o consórcio recebe cerca de R$ 480 mil por mês, totalizando aproximadamente R$ 6 milhões por ano. “Esse programa existe para incentivar o financiamento das cinco áreas que o Estado considera estratégicas: mulheres, crianças, idosos, saúde mental e pessoas que vivem com doenças crônicas não transmissíveis”, declarou Maria Lúcia.
Na quarta-feira, o diretor-executivo do Cismepar anunciou que a entidade deve cortar pela metade o número de consultas. Só no mês passado, o consórcio gastou cerca de R$ 1,4 milhão em atendimentos, enquanto o repasse feito pelos órgãos públicos foi de R$ 670 mil. O diretor-executivo do Cismepar, Diego Buffalo, explicou que, desde o início do ano, o órgão manteve a mesma média de pacientes atendidos por mês, graças a um remanejamento de recursos. “A gente tem que se ajustar. Não vamos deixar de atender, mas vamos reduzir a oferta. Infelizmente, quem está na fila provavelmente terá que aguardar um pouco mais”, disse Diego Buffalo.
A expectativa é que a redução no número de atendimentos médicos dure cerca de dois meses, já que o Cismepar aguarda recursos de um programa do Ministério da Saúde chamado OCI (Oferta de Cuidados Integrados).