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Refugiados do Líbano: 25% dos repatriados estão em Foz do Iguaçu

11 dez 2024 às 12:32

Desde setembro, o conflito no Líbano resultou em uma grande tragédia humanitária, com mais de 2.600 libaneses mortos, a maioria civis, devido aos intensos bombardeios realizados por Israel. Com o atual cessar-fogo, a guerra não apaga o sofrimento de milhares de pessoas afetadas, e a continuidade das ações de repatriamento e reintegração das vítimas no Brasil se tornam ainda mais essenciais.


Vinte e cinco por cento dos repatriados do Líbano estão em Foz do Iguaçu, cidade que se tornou um importante ponto de acolhimento dessas famílias. A Operação Raízes do Cedro, realizada pelo Governo Federal, foi responsável pela repatriação de 2.663 pessoas em 55 dias, através de 13 voos vindos do Líbano. Dessas, 653 pessoas – brasileiras e seus familiares – foram direcionadas para Foz do Iguaçu, que agora tem o desafio de dar continuidade ao apoio assistencial para reintegrar essas famílias.


Mohamed Abdallah é um dos sobreviventes que retornaram ao Brasil no final de setembro. Em entrevista exclusiva à nossa equipe em outubro, ele compartilhou a dor de ter perdido seu pai e irmão de 15 anos nos bombardeios. Mohamed voltou ao Brasil, mas deixou para trás sua família, vítima da violência que assolou o Líbano.


Infelizmente, a história de Mohamed não é única. Ele faz parte de uma realidade amarga que envolve milhares de libaneses que, ao retornarem ao Brasil, deixaram tudo para trás, incluindo entes queridos e suas casas destruídas. A dor da perda é compartilhada por muitos, que agora buscam recomeçar uma nova vida em um país distante da tragédia, mas com a esperança de reconstruir o que foi perdido.


Foz do Iguaçu, que recebe um número expressivo de repatriados, agora tem a missão de acolher essas famílias com dignidade. A cidade tem sido um ponto de chegada e reintegração para muitas pessoas que perderam tudo. O apoio psicológico, assistência social e ajuda para o recomeço das famílias são fundamentais neste momento de reestruturação da vida desses refugiados.


Apesar do cessar-fogo atual, a dor e as cicatrizes da guerra ainda estão presentes na vida de cada um que sobreviveu e retornou ao Brasil. O compromisso das autoridades em manter o apoio contínuo e a reintegração dos repatriados é crucial para garantir que eles possam recomeçar suas vidas com mais dignidade e esperança, longe do pesadelo vivido no Líbano.