Rio Bonito do Iguaçu amanheceu no domingo (9) sob um clima de comoção e tristeza. A cidade, que foi praticamente arrasada pela passagem de um tornado com ventos de até 250 km/h, tenta se reerguer em meio aos destroços. Mas o dia foi marcado principalmente pela despedida das vítimas fatais do fenômeno climático que devastou casas, destruiu ruas e deixou centenas de pessoas feridas.
Entre as vítimas está Júlia Kwapis, de apenas 14 anos, lembrada pelos pais como uma adolescente doce, alegre e cheia de planos. No último sábado, ela receberia o sacramento da Crisma, cerimônia católica que aguardava com entusiasmo.
A mãe descreveu a filha como “uma menina doce e sonhadora”. Júlia estava na casa de uma amiga quando o tornado atingiu o bairro. A jovem que a acompanhava, de 23 anos, ficou ferida, foi internada, mas já recebeu alta. Ela relatou que tentou segurar Júlia no momento em que o vento arrancou o telhado, mas a menina foi arrastada pela força do tornado.
Outro velório que comoveu os moradores foi o de Claudino Risse, de 57 anos. Segundo familiares, ele estava em casa cuidando do neto de dois anos quando foi atingido.
Além da dor da perda, os familiares também enfrentam o drama da destruição. Foram sepultados neste domingo em Rio Bonito do Iguaçu, além de Júlia e Claudino, Jurandir Nogueira Ferreira, de 49 anos, que deixou esposa e dois filhos, e José Gieteski, de 83 anos.
Outras duas vítimas fatais também foram veladas em suas cidades de origem: Adriane Maria de Moura, de 47 anos, natural de Sulina, a cerca de 50 quilômetros de Rio Bonito, e José Neri Geremias, de 53 anos, morador de Guarapuava.
O luto coletivo se mistura à solidariedade. Voluntários, equipes de resgate e moradores trabalham sem parar para limpar ruas, remover entulhos e reconstruir o que restou.