Cidade

Sema notifica empresa por remoção de Ipês durante reforma da Câmara

02 nov 2023 às 18:14

A reforma do prédio da Câmara de Vereadores de Londrina tem gerado polêmica, depois que a empresa responsável pelas obras fez a erradicação, ou seja, a retirada dos Ipês e outras espécies de árvores.

 

A revitalização começou em setembro, o valor é de R$ 15,3 milhões. Os recursos são do poder legislativo, mas quem publicou a licitação foi o executivo, que ficou responsável por fiscalizar o serviço. Por sua vez, a Secretaria de Obras afirmou que a erradicação das árvores estava prevista no projeto, mas que a autorização dependia da Secretaria do Ambiente (Sema).

 

“Resolveram que para fazer a proposta de acessibilidade, era necessária a retirada de alguns Ipês. A Secretaria de Obras está sendo uma mera interlocutora desse processo e essa proposta já veio do projeto. Existe a licença da obra em si, mas a remoção de árvores é uma licença que não é dada por nós”, explicou a secretária interina de obras, Margarete Pongelupe.

 

A mudança gerou polêmica. O Conselho Municipal do Ambiente (Consema) começou a receber desde o final de semana reclamações sobre a retirada das árvores. Por isso, decidiu encaminhar um ofício à Sema questionando se a empresa responsável pela obra tinha autorização para a supressão.

 

A resposta ainda não chegou ao conselho. Mas a Secretaria do Ambiente, por meio da assessoria de comunicação da Prefeitura, informou que a empresa não foi encontrada nenhuma emissão de autorização para o corte.

 

A Sema informou que já notificou a empresa, que terá até segunda-feira (6) para apresentar defesa e justificativa, e pode até ser multada.

 

O Consema vai acompanhar o caso e informou que o corte pode configurar infração ambiental. “A árvore tem que ser entendida, a arborização urbana, de uma forma ampla. Londrina é uma cidade quente, já tem problemas com a arborização, então uma árvore traz sombra, melhora do clima, ninho ou suporte para diversas espécies, a estética, a memória afetiva, as floradas, enfim, tudo isso. É um conjunto de fatores que, para ter sua eficiência ampla, demora décadas para que uma árvore chegue àquele tamanho. Então tem que ter esse cuidado e estar na lei. Precisa cumprir as normativas legais, porque uma nova muda a ser plantada, para cumprir o papel ecológico daquelas árvores, vai demorar décadas também”, afirmou o presidente do Conselho Municipal do Ambiente do município, Jonas Pugina.