Cidade

Sete vereadores assinam abertura de CPI sobre abuso em CMEI de Cascavel

07 jun 2025 às 12:54

Tudo indica que a próxima semana vai começar com a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Cascavel. Sete vereadores assinaram, na sexta-feira (6), o pedido para abertura da comissão que deve apurar a conduta da administração municipal no caso de abuso sexual cometido por um agente de apoio em um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) da cidade.


O principal ponto de questionamento dos parlamentares é a demora no afastamento do servidor envolvido. Condenado a 30 anos de prisão ainda em 2019, ele permaneceu em atividade por anos, mesmo após a sentença, trabalhando diretamente com crianças e sendo alvo de novas suspeitas durante esse período. A demissão definitiva só ocorreu no fim de 2024.


Até o momento, assinaram o pedido de CPI os vereadores Everton Guimarães, Fão do Bolsonaro, Rondinelle Batista, Bia Alcantara, Policial Madril, Dr. Lauri e Edson Souza. Com o número mínimo de assinaturas já alcançado, a expectativa é de que a comissão seja oficialmente instalada nos próximos dias.


O caso voltou a ganhar repercussão recentemente, após manifestações de pais e responsáveis, que cobraram explicações sobre a permanência do condenado em atividade dentro da rede municipal de ensino. A polêmica levou a Prefeitura a abrir uma sindicância interna, cujo relatório foi apresentado à Câmara no último dia 2 de junho.


No documento, a sindicância aponta falhas graves na condução do processo administrativo que apurava o comportamento do agente condenado. O relatório recomenda a abertura de um novo procedimento contra uma servidora que teria sido responsável pela lentidão nas providências. Também foi sugerida a criação do cargo de corregedor municipal, para melhorar o controle sobre os trâmites internos nas secretarias.


Outras recomendações incluem o acompanhamento direto dos secretários municipais em processos envolvendo servidores investigados por crimes de natureza sexual e o envio do relatório ao Ministério Público, para ciência e eventual responsabilização dos envolvidos.


A CPI, se instalada, deve aprofundar as apurações e avaliar se houve omissão ou negligência por parte de gestores públicos. O caso, considerado grave, pode ter desdobramentos tanto na esfera administrativa quanto judicial.